Ministério Público irá investigar contratos de atletas com a MSI
A decisão ocorreu após os promotores do Gaeco, o grupo de repressão ao crime organizado do órgão, ouvirem nesta segunda-feira Antonio Roque Citadini, ex-vice-presidente de futebol corintiano e um dos principais opositores da parceria.
No depoimento, que durou cerca de 3h30, Citadini explicou aos promotores que uma empresa não pode ser dona de jogadores de futebol. Com base nisso, o Ministério Público quer saber qual foi a participação do Corinthians nas transações de Tevez, Carlos Alberto, Sebá e Marcelo Mattos.
O Banco Central, que investiga a transação de Tevez, pode multar o Corinthians em mais de R$ 60 milhões caso o clube tenha assinado o contrato de compra e venda do atleta -o dinheiro para o pagamento não passou pelo Brasil.
Em depoimento na semana passada, os advogados da MSI afirmaram aos promotores que a empresa comprou os atletas e repassou os direitos ao Corinthians.
"O depoimento testemunhal de Citadini era da maior importância porque é um dirigente que se afastou a partir do momento que percebeu que a negociação era obscura. É mais um indício de provável lavagem de dinheiro", disse o promotor José Reinaldo Guimarães Carneiro.
Segundo ele, Citadini esclareceu "que as pessoas que sustentam a parceria mantiveram contato direto com pessoas com histórico de crimes na Rússia". Existe a suspeita de que os magnatas Boris Berezovski e Badri Patarkatsishvili sejam investidores da MSI.
"Eles [promotores] estão querendo saber quem são os investidores", disse Citadini. Na quarta-feira, o Ministério Público vai ouvir Paulo Angioni, executivo da MSI.
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