Ponte histórica ameaça desabar

A ponte Marechal Rondon, que passa sobre o rio Paraguai em Cáceres, único meio de acesso via-terrestre dos Estados Amazônicos ao centro Sul do País, está com a possibilidade de desabar a qualquer momento. Um levantamento técnico realizado por engenheiros do Departamento Nacional de Infra-estrutura e Transporte (Dnit) no município comprova a existência de fissuras e pequenas rachaduras em várias partes da estrutura, além de uma falha na laje de transição, provocada por constantes batimentos de veículos na cabeceira da ponte.

Construída na década de 50 e entregue ao tráfico de veículos em 1962, a ponte de 300 metros de extensão por 10 de largura, com mais de 40 anos, nunca foi submetida a nenhuma vistoria técnica ou reforma, para adequá-la aos novos combinados rodoviários. A situação é considerada "caótica e preocupante" principalmente porque, segundo o Dnit, passa pela ponte, diariamente, cerca de 3 mil veículos, a maioria caminhões, ônibus e contêineres.

"A olho nu já se constata pequenas rachaduras", garante o engenheiro Antônio Carlos Victório, chefe do Dnit em Cáceres, afirmando que já encaminhou vários ofícios, com laudos técnicos apontando e alertando o problema, para a superintendência do Dnit em Cuiabá e várias autoridades em Cáceres, mas que até agora nenhuma providência foi tomada.

Além da ponte, o levantamento feito pelo Dnit constata que a situação da BR-163, que liga Cáceres a Porto Velho (RO) também está em situação lastimável. Com absoluta falta de manutenção, a estrada apresenta buracos em quase toda sua extensão; sinalização danificada e matagal invadindo grande parte da pista, contribuindo para acidentes de veículos quase que diariamente.

"Se não forem tomadas providências imediatas, em poucos dias, a estrada estará intransitável", assinala o engenheiro Antônio Carlos, lembrando que, a exemplo da ponte, também já comunicou esse fato à superintendência do órgão em Cuiabá.