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Internacional
Segunda - 21 de Fevereiro de 2005 às 16:00

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Helsinque 21 fev (EFE).- Uma delegação do governo indonésio, que inclui três ministros, e os líderes no exílio do separatista Movimento para a Libertação de Aceh (GAM) iniciaram nesta segunda-feira as negociações de paz.

A rodada é realizada com a mediação do ex-presidente finlandês Martti Ahtisaari e terá um amplo conteúdo político, diferentemente da realizada em janeiro, que se concentrou em questões humanitárias em face da dimensão da catástrofe ocasionada pelo tsunami, com cerca de 240 mil mortos ou desaparecidos.

Segundo o escritório de Ahtisaari, nesta ocasião serão discutidos temas de segurança, como o possível cessar-fogo, e uma autonomia especial para Aceh, região que o GAM quer transformar em Estado islâmico independente. Esta é a primeira vez em quase dois anos que governo e rebeldes mantêm um diálogo político sobre o conflito.

"Vamos explorar soluções, mas duvido que cheguemos a uma solução. Para isso, são necessárias mais de duas ou três reuniões", declarou Ahtisaari.



Calcula-se que no conflito armado que agora está sobre a mesa de negociações tenham morrido cerca de 12 mil pessoas. Ahtisaari ressaltou antes do começo da rodada de negociações, prevista para terminar na quarta-feira, que uma "autonomia especial" para Aceh é a única alternativa política na agenda.

"É muito importante que todos entendam que não estamos começando um processo de negociação, e as negociações não são abertas o suficiente para incluir todas as alternativas possíveis. Só temos uma alternativa (a autonomia)", declarou.

Ahtisaari disse que "este esforço negociador está destinado a saber se a possibilidade de uma autonomia especial pode servir de base para pôr fim ao conflito armado". O presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, afirmou no sábado que seu governo está disposto a falar de "uma autonomia especial e de assuntos relacionados".

O GAM rejeitou até agora todas as ofertas de autonomia de Jacarta, insistindo na independência plena. Mas os líderes do GAM, exilados na Suécia desde o início do confronto armado em 1976, mostraram-se nas últimas semanas "abertos a todas as idéias", mas com um calendário definido.

"Se conseguirmos primeiro um cessar-fogo, serão estudadas outras opções para resolver o problema político de Aceh", declarou o líder rebelde Malik Mahmund e chefe da delegação do GAM.

Na opinião de Ahtisaari, o cessar-fogo deve ser parte de um acordo de paz completo e não um fim em si mesmo.

Depois da catástrofe do maremoto em 26 de dezembro, o GAM declarou unilateralmente o cessar-fogo para facilitar os trabalhos humanitários.





Fonte: EFE

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