Severino diz que MP 232 pode ser mudada com bom senso

São Paulo - O novo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), vai se reunir nesta terça-feira com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e empresários para discutir a Medida Provisória 232, que alterou a legislação tributária federal e aumentou impostos para as empresas prestadoras de serviço. Segundo Cavalcanti, a medida não pode ficar como está. "Não vai ser possível ficar como o ministro da Fazenda quer nem como os empresários querem. O que nós precisamos é de bom senso tanto dos empresários quanto do governo", disse em entrevista ao Canal Livre, da TV Bandeirantes.

Imposto de renda

Indagado sobre a possibilidade de uma nova revisão na tabela do imposto de renda para compensar uma eventual alteração nos impostos, Cavalcanti afirmou que o imposto de renda deve ficar como está. "Nós precisamos fazer alguma coisa para que não se atinja aqueles que precisam realmente de condições de trabalho, que são o micro e pequeno empresário", disse. "O governo vai ter que arrecadar de quem não paga. Tem que procurar os sonegadores, tem que haver um maior aperto naqueles que ganham fortunas e não pagam o necessário para o País. E não fazer o sacrifício daqueles que não podem."

Aumento salarial

Apesar de garantir que irá aumentar o salário dos deputados, Cavalcanti reafirmou que pretende fazer uma economia em torno de R$ 90 milhões na Câmara. "Se eu consegui em duas gestões (como primeiro-secretário da Mesa) devolver R$ 90 milhões aos cofres da Nação, irei fazer um enxugamento sem permitir excesso de gastos. Farei com que essa equivalência salarial não venha prejudicar o orçamento da Câmara dos Deputados."

Orçamento impositivo O novo presidente da Câmara defendeu também um orçamento impositivo na Câmara. "O que o governo precisa é dar condições para que orçamento seja cumprido. E é por isso que nós desejamos fazer com que o orçamento impositivo seja colocado na Câmara dos Deputados. Aí o presidente da República com seus ministros vão cumprir o que está no orçamento." Cavalcanti garantiu ainda durante a entrevista que a reforma política será feita. "Nós vamos lutar para impedir que o parlamentar assine uma ficha na hora que vai dormir e quando acorde já esteja em outro partido. Essa mudança é vergonhosa e realmente depõe contra o Poder Legislativo", disse.