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Biblioteca francesa declara guerra contra o Google
A Biblioteca Nacional da França abriu uma "guerra" contra os planos do Google de colocar alguns dos livros das maiores bibliotecas do mundo na Internet. A instituição quer ter certeza que o projeto não vai levar a uma dominação por idéias norte-americanas.
O diretor da biblioteca e renomado historiador Jean-Noel Jeanneney afirma que a escolha das obras pelo Google deve provavelmente favorecer ideais anglo-saxônicos e o idioma inglês. Ele quer que a União Européia faça um contrapeso com a criação de seu próprio programa de publicação online e de seu próprio mecanismo de busca na Internet.
"Não é uma questão de desprezar as visões anglo-saxônicas. É apenas uma questão de que no simples ato de se fazer uma escolha, você impõe um certo ponto de vista sobre as coisas", disse Jeanneney. "Sou favorável a uma visão multipolar do mundo no século 21", disse. "Eu não quero que a Revolução Francesa seja recontada por livros escolhidos pelos Estados Unidos. A imagem apresentada pode não ser boa ou ruim, mas certamente não será a nossa."
Jeanneney disse que não é anti-americano e que ele quer melhores relações entre os Estados Unidos e a Europa. Mas, assim como o presidente francês, Jacques Chirac, ele quer um mundo multipolar no qual os pontos de vista dos EUA não sejam os únicos a serem ouvidos.
A posição do historiador tem provocado ondas entre intelectuais na França, onde muitas pessoas têm preocupação sobre o impacto dos ideais norte-americanos sobre a cultura e a língua francesas. Entretanto, Jeanneney disse que não obteve retorno de políticos em Paris ou da União Européia, dias antes da visita do presidente dos EUA, George W. Bush, às sedes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da UE.
"Na véspera da chegada de George Bush à Europa, o presidente da Biblioteca Nacional da França está promovendo uma batalha. Ele busca uma cruzada francesa e européia", afirmou hoje o jornal Le Figaro. O Google anunciou em dezembro que vai digitalizar milhões de livros e periódicos para incluir em seu mecanismo de busca durante os próximos anos. Os parceiros no projeto são as universidades de Harvard, Stanford, Oxford, Michigan e a Biblioteca Pública de Nova York.
A empresa afirma que o projeto vai promover o conhecimento ao torná-lo mais acessível e mais fácil de ser consultado. A companhia quer fazer dinheiro ao atrair mais usuários ao seus serviços e anúncios publicitários. O impacto do plano sobre a frequência nas bibliotecas ainda é incerto. Mas Jeanneney expressou preocupação em um artigo publicado no mês passado no jornal Le Monde.
"Encontramos aqui um risco de dominação esmagadora pela América na definição da visão que as gerações futuras terão do mundo", escreveu o historiador, pedindo para a UE agir rapidamente. Ele acelerou sua campanha esta semana, anunciando que a biblioteca nacional vai tornar disponível na Internet 22 jornais e periódicos franceses datados a partir do século 19.
O diretor da biblioteca e renomado historiador Jean-Noel Jeanneney afirma que a escolha das obras pelo Google deve provavelmente favorecer ideais anglo-saxônicos e o idioma inglês. Ele quer que a União Européia faça um contrapeso com a criação de seu próprio programa de publicação online e de seu próprio mecanismo de busca na Internet.
"Não é uma questão de desprezar as visões anglo-saxônicas. É apenas uma questão de que no simples ato de se fazer uma escolha, você impõe um certo ponto de vista sobre as coisas", disse Jeanneney. "Sou favorável a uma visão multipolar do mundo no século 21", disse. "Eu não quero que a Revolução Francesa seja recontada por livros escolhidos pelos Estados Unidos. A imagem apresentada pode não ser boa ou ruim, mas certamente não será a nossa."
Jeanneney disse que não é anti-americano e que ele quer melhores relações entre os Estados Unidos e a Europa. Mas, assim como o presidente francês, Jacques Chirac, ele quer um mundo multipolar no qual os pontos de vista dos EUA não sejam os únicos a serem ouvidos.
A posição do historiador tem provocado ondas entre intelectuais na França, onde muitas pessoas têm preocupação sobre o impacto dos ideais norte-americanos sobre a cultura e a língua francesas. Entretanto, Jeanneney disse que não obteve retorno de políticos em Paris ou da União Européia, dias antes da visita do presidente dos EUA, George W. Bush, às sedes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da UE.
"Na véspera da chegada de George Bush à Europa, o presidente da Biblioteca Nacional da França está promovendo uma batalha. Ele busca uma cruzada francesa e européia", afirmou hoje o jornal Le Figaro. O Google anunciou em dezembro que vai digitalizar milhões de livros e periódicos para incluir em seu mecanismo de busca durante os próximos anos. Os parceiros no projeto são as universidades de Harvard, Stanford, Oxford, Michigan e a Biblioteca Pública de Nova York.
A empresa afirma que o projeto vai promover o conhecimento ao torná-lo mais acessível e mais fácil de ser consultado. A companhia quer fazer dinheiro ao atrair mais usuários ao seus serviços e anúncios publicitários. O impacto do plano sobre a frequência nas bibliotecas ainda é incerto. Mas Jeanneney expressou preocupação em um artigo publicado no mês passado no jornal Le Monde.
"Encontramos aqui um risco de dominação esmagadora pela América na definição da visão que as gerações futuras terão do mundo", escreveu o historiador, pedindo para a UE agir rapidamente. Ele acelerou sua campanha esta semana, anunciando que a biblioteca nacional vai tornar disponível na Internet 22 jornais e periódicos franceses datados a partir do século 19.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/358509/visualizar/
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