Religioso discorda da política local

Dom Pedro Casaldáliga afirma que não conhece pessoalmente o governador Blairo Maggi, maior produtor individual de soja do país e um dos ícones do que o religioso sempre combateu em solo mato-grossense. "Não o conheço pessoalmente, mas, com todo respeito, tenho muito carinho por Mato Grosso, que é minha casa, e discordo do intento de se fazer do Estado um campo da monocultura de soja e algodão. A monocultura não dá emprego, precisa de grandes áreas devastadas e contamina o meio ambiente com o uso de agrotóxicos e inseticidas. E a longo prazo é inviável economicamente, como o próprio mercado tem mostrado agora, no caso da soja. Além do que, perpetua a estrutura agrária da país que é muito injusta", avalia.

Segundo o ex-bispo, entidades discutem atualmente a criação de um critério constitucional para a concessão de terra no Brasil. "Acreditamos que um dia uma lei relativize e limite o tamanho de uma propriedade rural. É uma vergonha alguns com muito e outros sem nada. Assim como é uma vergonha deputados com salários altíssimos e o povo com o salário mínimo", avaliou.(MO)