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Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 21:20
Por: Érica Sato

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São Paulo - A conta corrente simplificada, criada pelos bancos federais dentro do programa de inclusão bancária do governo, ajuda a população de baixa a resolver pequenos problemas do dia-a-dia, além de movimentar a economia do país. Com linhas de crédito que vão de R$ 50 a R$ 600, na Caixa Econômica Federal (CEF), e de R$ 200, no Banco Popular do Brasil (BPB), do Banco do Brasil, 3,8 milhões de brasileiros têm encontrado uma opção para trocar dívidas caras por dívidas mais baratas. Como não há garantias, os dois bancos liberam os empréstimos em valores crescentes e o correntista que honra o pagamento do valor menor tem acesso gradual a valores maiores.

A reportagem da Agência Brasil conversou com pessoas que procuraram agências do Banco Popular e da CEF, na Praça da República, dois dos postos com maior volume de clientes de baixa renda da capital paulista. Noraneide Barbosa de Souza, de 44 anos, abriu uma conta no Banco Popular há 4 meses e teve acesso à linha inicial de crédito, de R$ 50. "Nunca peguei empréstimo em banco, mas acontece que eu comprei uma televisão e não consegui pagar. Vim até aqui para saber como faço para pegar esse empréstimo e pagar a prestação que está atrasada". Ela possui conta em outro banco, aberta pela empresa na qual trabalha, mas considera as taxas de serviço e os juros de empréstimos muito altos.

Grande parte dos brasileiros que optam pelas contas simplificadas utiliza suas linhas de crédito para saldar dívidas. Carolina Mara de Oliveira Lima, de 18 anos, diz que é correntista há bastante tempo do Caixa Aqui da CEF. Ela explica que optou pelo modelo de conta simplificada porque os valores que movimenta não são muito altos, além de ter direito a um crédito de R$ 200. Recentemente, utilizou sua linha de crédito disponível para cobrir uma dívida. "Eu tinha uma parcela para pagar e só o dinheiro do meu salário não dava. Eu tirei os R$ 200 reais para estar utilizando e aí, quando eu recebi de novo, eu cobri", conta.

Pessoas com nome sujo no Serasa, e que por isso tem sua vida bancária bloqueada, usam as contas simplificadas para saldar suas dívidas e limpar o nome na praça. Gevásio de Souza, de 42 anos, está com o nome na lista de inadimplentes do Serasa. Ele procurou o Banco Popular para ter acesso ao microcrédito e diz que o crédito de valor baixo ajuda a pagar pequenas despesas até poder liqüidar a dívida.

No caso de Jorge Feliciano, de 43 anos, sua mãe é muito idosa e não pode se locomover. Ela abriu a conta corrente em dezembro último. No começo do ano, ele diz que tomou o empréstimo de R$ 50 para comprar comida. "A conta do Banco Popular é uma facilidade que o brasileiro, sempre com o orçamento apertado, tem. A facilidade de ter um dinheirinho extra é sempre boa".

Cidalva de Souza Brito, de 50 anos, também tem dificuldade para movimentar sua conta em outro banco por estar inadimplente. Mas na sexta-feira (18), ela reclamava de apenas ter trocado um problema por outro. Cidalva afirma que abriu uma conta simplificada há um mês. Quinze dias depois recebeu o cartão em sua casa, mas desde então não conseguiu desbloqueá-lo "porque o sistema está sempre fora do ar". "Ontem vim aqui e lá na minha região, mas não tinha nenhum funcionando. Aí, hoje, vim aqui e tá o mesmo problema. Eles não te exigem nada para abrir a conta, mas também não funciona. Ou seja, não adianta nada".

Ela explica porque procurou o banco: "Como sou autônoma, trabalho há muitos anos como demonstradora de cosméticos, e não tenho salário fixo, o empréstimo me ajudará em pequenas coisinhas, como condução e colocar crédito no cartão".





Fonte: Agência Brasil

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