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Internacional
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 20:00

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A Coréia do Norte deve retornar à mesa de negociações multilaterais sobre seu programa nuclear porque, do contrário, arrisca seu próprio isolamento, alertaram neste sábado autoridades dos EUA e do Japão.

A advertência foi feita depois de uma reunião em Washington entre a secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, e seus respectivos colegas japoneses, Nobutaka Machimura e Yoshinori Ono, para discutir a situação na península coreana e as relações entre China e Taiwan.

Ao se negar ao diálogo multilateral, "os norte-coreanos só estão conseguindo provocar seu próprio isolamento", advertiu Rice durante uma entrevista coletiva depois de uma reunião do chamado Comitê Consultivo de Segurança Japão-EUA.

No encontro, os ministros analisaram seus objetivos de segurança e a preocupação sobre o poderio militar da China, entre outros assuntos de interesse bilateral.

Em declaração conjunta, reafirmaram seu desejo de estreitar a cooperação em matéria de segurança, econômica e política, e recalcaram que o programa nuclear norte-coreano "apresenta um sério desafio" aos esforços contra a proliferação e, sobretudo, "à paz e à estabilidade" na Ásia.

Rice recalcou que a reativação do diálogo "é a melhor forma de eliminar os programas nucleares e a única maneira de a Coréia do Norte conseguir melhores relações". Ela pediu que os norte-coreanos "levem com seriedade essa preocupação".

Machimura concordou com Rice em que é urgente retomar o diálogo e que, em vista da estabilidade do nordeste asiático, a Coréia do Norte dê passos para o desmantelamento de seu programa nuclear.

O ministro japonês se referia às negociações multilaterais, das quais participam China, Rússia, Japão, Coréia do Sul, Coréia do Norte e EUA, iniciadas em 2003 e que permanecem estagnadas desde junho, quando foi realizada sua terceira e até agora última rodada.

A agência oficial de notícias chinesa Xinhua, que citou uma fonte anônima norte-coreana, informou hoje que o governo comunista de Pyongyang se nega a retomar o diálogo enquanto persistir o que considera uma política de hostilidade dos EUA para com seu país.

Enquanto isso, o embaixador norte-coreano nas Nações Unidas, Han Song-ryol, disse que seu país não teve outro remédio que iniciar seu programa nuclear pelo temor de que os EUA tentassem derrubar seu regime.

Em uma entrevista publicada pelo jornal sul-coreano Joong Ang Ilbo, o diplomata resumiu as condições para que Pyongyang retome o diálogo: que os EUA prometam uma "política de coexistência e não interferência", e assegurem "o cumprimento dos resultados das conversações".

As autoridades dos EUA e do Japão analisaram também a situação da China e seu conflito com Taiwan como foco de instabilidade na região Ásia-Pacífico, e a busca de uma solução pacífica.

Rumsfeld, por sua vez, elogiou o estado das relações "próximas" e "construtivas" entre EUA e Japão, e destacou que a reunião de hoje oferece uma oportunidade para "fortalecer e transformar esta importante aliança".

Essa estratégica aliança foi parte chave da política externa dos EUA na Ásia, apesar de Washington e Tóquio diferirem sobre como resolver as exigências de Pequim sobre a soberania de Taiwan, que considera uma província sua.

Washington sempre deu a entender que se a China quisesse invadir a ilha, interviria, enquanto Tóquio evitou se implicar na disputa.





Fonte: EFE

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