Em um programa de televisão nesta quinta, Colombo destacou que o Estado teria a situação controlada. O que se viu nas horas seguintes e durante a noite foi um saldo de dez veiculos incendiados (sete ônibus e três carros particulares), dez suspeitos detidos e três deles mortos em confrontos com a Polícia Militar.
"Está sob o controle de quem? Acho que não é do governo", disse o advogado José Paulo Ferreira, 41 anos. "Só foi mais tranquilo porque era feriado com muita chuva e tinha pouca gente na rua".
Na opinião do empresário Mateus Pavanelli, 27 anos, a situação ainda estaria muito "longe" de estar sob controle. Morador da região norte de Florianópolis, ele disse que evitou sair de casa. "Essa madrugada foi terrível. A gente que acaba se sentindo preso por não poder sair de casa", disse. "Tenho medo pois não sei onde isso vai parar".
Ainda na quarta-feira, as autoridades catarinenses rebateram acusações de que o governo estaria "inerte". "Estratégia não significa que estamos passivos com o que está acontecendo", chegou a afirmar durante coletiva realizada em sua residência oficial.
O caso já repercutiu na Assembléia Legislativa: a deputada Ana Paula Lima, do PT disse lamentar os atentados e cobrou uma posição mais "rígida" do governo. "A situação estar sob controle é o que realmente a sociedade espera do Governo de Santa Catarina. Lamento, profundamente, o que tem acontecido nas cidades catarinenses, com a população amedrontada devido a essa onda de ataques", disse.
"Espero que, realmente, a afirmação do governador corresponda à realidade e que a população possa contar com segurança, que é uma atribuição do Estado."
A petista aproveitou para criticar outros pontos que não estariam sendo observados pelo governo estadual. "A população elegeu um governo que fez propaganda dizendo que iria melhorar a vida das pessoas", afirmou. "No entanto, a educação enfrenta sérios problemas, há greve na saúde ,o sistema prisional está falido e a população está com medo diante da onda de ataques".
Violência em SC
Desde 12 novembro, o Estado registra uma série de atentados contra ônibus e bases da polícia. Enquanto os coletivos foram alvos somente de incêndio, algumas bases policiais também foram alvejadas. Uma funcionária de empresa de administração prisional recebeu uma mensagem no celular avisando sobre os ataques, que seriam uma represália a supostos maus tratos ocorridos dentro da penitenciária de São Pedro de Alcântara. O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Augusto Grubba, afirmou que os atentados em Florianópolis podem ser imitação dos ocorridos em São Paulo, onde mais de 90 policiais foram mortos desde o início do ano
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