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Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 14:16
Por: Carlos Martins

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Arica, Chile - Nenhum dos portos visitados no Peru e no Chile tem condições de atender a demanda de exportação do Brasil. Faltando ainda visitar o porto de Iquique, última cidade a ser visitada no Chile neste sábado (19.02) pela Expedicao Internacional Estradeiro 4, antes do retorno via Bolivia, o governador Blairo Maggi anunciou esta conclusão depois de visitar na tarde de sexta-feira (18.02) o Consórcio Portuário Arica (CPA). Na companhia de secretários de Estado, empresários, autoridades de Arica e de Tacna (Peru), distante 53 quilômetros, Maggi e comitiva, integrada por secretários de Estado, empresários, deputados se dirigiram em dois ônibus para até o terminal.

"Se um produtor mato-grossense decidisse hoje mandar 20 mil ou 30 mil toneladas de soja, com certeza nao vai ter condições de fazer esse embarque", disse o governador. Para Maggi, o porto é bom, porém é necessário muito investimento para torná-los aptos a receber futuramente mercadorias brasileiras. O primeiro porto visitado no Peru, em Matarani, é mais estruturado, mas eles não têm condições de receber maior demanda. A soja boliviana, procedente principalmente de Santa Cruz de la Sierra, chega ensacada, depois tem que ser desensacada para ser colocada nos navios.

O governador explicou aos dirigentes do porto, que é privado, a necessidade de resolver o problema das estradas, que tem o ponto mais complicado na Bolivia no trecho nao pavimentado de 450 quilometros entre San Mathias e Concecepcio. Mas mesmo que as estradas estivessem em boas condições, a conclusão de Maggi é que atualmente os portos visitados não têm estrutura para recebimento de mercadorias brasileiras. No Brasil, o sistema utilizado nos portos é todo informatizado, o que não acontece nos portos peruanos e chilenos. "Isso custa muito caro. Para utilizar estes portos há que se fazer muitos investimentos em estradas, nos portos e em estrada de ferro", avaliou.

Ao responder a uma pergunta do presidente do Governo de Tacna, Julio Alva Centurión, que acompanhou a visita, se aquela seria uma decisão definitiva, Maggi enfatizou que aquela era uma análise do momento. "Não se pode abandonar os projetos que se tem para o futuro", disse o governador. Antes da visita ao porto, os adminsitradores fizeram uma exposição sobre a estrutura do porto, que tem como maior cliente a Zona Franca de Tacna, do lado peruano e que fica a 53 quilômetros de distância.

Dentre as vantagens apresentadas pelos diretores estão os tratados de livre comércio firmados com a Europa, Estados Undios, Coréia, Canadá, México e está em processo a elaboração de tratados com a China, Japão e Índia. Além disso, existem atrativos fiscais através de duas leis criadas para este fim. Localizada ao Oceano Pacífico, Tacna tem adiante de seus limites o deserto, que do lado do Peru é conhecido como Atacama. Na cidade, de 200 mil habitantes, também não chove, o que é uma vantagem para o porto. O verde das árvores é quase inexistente, como pode ser observado do alto de uma montanha visitada pelos turistas. No hotel, a recomendação é que por este motivo a água não deve ser desperdicada. Portanto, a grande questao é a falta de estrutura atual para atender a demanda.

Conforme dados fornecidos pelo gerente-geral do Consórcio Portunário Arica, Matías Laso Polanco, existe a previsão de investimentos de US$ 25 milhões nos próximos dez anos. "Estamos dispostos a investir em infra-estrutura, como silos, incluindo instalações frigorificadas para armazenar carnes e equipamentos, tais como grua móvel e correias transportadores", disse Polanco.

De acordo com os dados fornecidos pela administração, em 2004 foram movientadas 20.332 toneladas. Trinta naves atracaram no porto. Hoje, a movimentação é de 1,2 milhão de toneladas por ano, mas a capacidade de movimentação é de 2,5 milhões de toneladas. A capacidade nos armazens é de seis mil toneladas de trigo a granel, seis mil toneladas de mineral, três mil toneladas de sacos e 1,2 mil toneladas de carga geral. Nas áreas descobertas pode se armazenar 610 containeres de 20 pés, 16 mil toneladas em sacos 43 mil toneladas de mineral a granel e 38 mil toneladas de trigo a granel. As áreas cobertas somam 25,3 mil metros quadrados e as descobertas 213,2 mil metros quadrados. O calado máximo autorizado é de 9,05 metros.

Os principais produtos embarcados pelo Porto de Arica sao azeite, fertilizantes, conteineres, minerais e soja e madeira da bolívia que vem pela Estrada de Ferro numa rota que passa por Oruro, La Paz e Cochabamba na Bolívia. Existem estudos para estender a ferrovia até Santa Cruz de la Sierra, de acordo com o diretor da FCALP (Ferro Carril de Arica a La Paz), Miguel Medell Ramos.





Fonte: Secom - MT

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