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Internacional
Sábado - 19 de Fevereiro de 2005 às 14:05

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Uma onda de atentados contra muçulmanos xiitas no Iraque entrou no segundo dia e matou pelo menos oito pessoas neste sábado, elevando o número de mortos para mais de 30 desde a véspera das festividades de Ashura, a data mais importante do calendário religioso xiita.

Insurgentes lançaram morteiros contra um grupo de fiéis que participava de uma procissão que terminaria em um santuário em Bagdá. Pelo menos cinco pessoas morreram.

Ainda neste sábado, um homem-bomba se infiltrou entre um grupo de integrantes de um cortejo fúnebre no oeste de Bagdá e matou pelo menos três pessoas.

Na região norte da capital iraquiana, uma explosão dentro de um ônibus teria matado outras pessoas.

Uma procissão com milhares de fiéis que se dirigem à cidade de Karbala, sagrada para os xiitas, está sendo protegida por um forte aparato de segurança para evitar novos ataques.

Para tentar controlar os atentados, as fronteiras do Iraque estão fechadas, e a segurança reforçada, mas as medidas não estão sendo suficientes para impedir uma série de atentados suicidas e com carros-bomba que começou na sexta-feira.

No ano passado, explosões no dia de Ashura em Bagdá e Karbala mataram mais de 180 pessoas.

Na manhã deste sábado, um carro explodiu em frente a um quartel da Guarda Nacional do Iraque, nas proximidades de Bagdá, matando um soldado.

Segundo a polícia, o atentado, que também deixou um civil e um guarda feridos, aconteceu em Baquba, 60km a noroeste da capital iraquiana, e foi executado por um suicida, que também morreu.

Acusações

Também no sábado, os muçulmanos xiitas do Iraque acusaram rebeldes sunitas pelos ataques a mesquitas em Bagdá e Iskandariya na sexta-feira.

O conselheiro nacional de segurança do país, Mouwaffaq al-Rubaie, acusou o líder militante Abu Musab al-Zarqawi e ex-correligionários de Sadam Hussein no Partido Baath de estarem arquitetando uma guerra civil sectária.

"É uma idéia paradoxal que eles aleguem estar combatendo infiéis e, ao mesmo tempo, matem muçulmanos durante as orações de sexta-feira", disse al-Rubaie à agência de notícias Associated Press.

Segundo o correspondente da BBC em Bagdá Jon Leyne, o dia de Ashura é um alvo óbvio para os insurgentes sunitas, principalmente depois da vitória apertada obtida pelos xiitas nas eleições de janeiro para o novo Parlamento de transição do Iraque.

Na sexta-feira, véspera das festividades de Ashura, um carro-bomba explodiu na cidade de Iskandariyah, ao sul da capital iraquiana, Bagdá, matando pelo menos sete pessoas.

Ashura

Ashura é comemorado pelos muçulmanos por ser o dia em que Noé saiu da arca e o dia em que Moisés foi salvo dos seus captores egípcios pela mão de Deus.

Para os xiitas, no entanto, o dia é marcado principalmente pela morte do imã Hussein, neto do profeta Maomé, no ano 680.

O acontecimento aprofundou a divisão entre os muçulmanos xiitas e sunitas.

O maior ataque aconteceu em uma mesquita em Dora, no sul da capital, onde um militante suicida detonou um cinturão de explosivos no meio da multidão.

O segundo ataque ocorreu em uma mesquita no oeste de Bagdá, e o terceiro, perto de uma procissão xiita no nordeste da cidade.

As fronteiras terrestres do Iraque com os países vizinhos permanecerão fechadas até a próxima terça-feira.





Fonte: BBC Brasil

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