Software de segurança pode complicar Microsoft

A Microsoft prepara a venda de um novo software para proteger seu sistema operacional de vírus e hackers. Porém, a maior companhia de software do mundo enfrenta também outra ameaça: temores de autoridades regulatórias de que a estratégia da empresa possa prejudicar a competição.

Se a Microsoft vincular seu novo software antivírus, cujo lançamento é esperado para 2005, muito próximo ao Windows ou defina preços muito menores que os cobrados por concorrentes como McAfee e Symantec, autoridades de defesa da competição poderão voltar a concentrar atenções na companhia.

"A entrada agressiva no estabelecido mercado de antivírus, especialmente com a inclusão da solução no sistema operacional, deve certamente atrair atenção de autoridades, especialmente da União Européia", afirmou o analista da Sanford C. Bernstein & Co. Charles Di Bona.

A empresa enfrenta pressão para ter melhores maneiras de proteger seus produtos, três anos e três aquisições após prometer que iria ampliar a segurança de seus softwares. Durante uma conferência de segurança nos Estados Unidos, Bill Gates, chairman da Microsoft, anunciou que o programa contra spyware será oferecido de graça, por download, depois que o atual período de testes terminar.

A Microsoft tem indicado que vai cobrar os usuários pelo programa antivírus, apesar da companhia não ter deixado claro se os usuários pagarão uma quantia periódica pelo uso do produto ou se pagarão uma única vez por uma licença. As ações da Symantec perderam um terço de seu valor em relação aos picos de alta no ano passado, enquanto isso, as ações da McAfee se desvalorizaram em um quarto.

O maciço esforço da Microsoft na década de 1990 para estabelecer seu próprio navegador de Internet e sua vitória sobre a rival Netscape fez o governo dos Estados Unidos abrir um processo por violação de leis antitruste do país. Ambas as partes chegaram a um acordo em 2002.