MST invade fazenda e acusa Jarder Barbalho de grilagem

Belém - Cerca de 300 famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST)e a sindicatos de trabalhadores rurais da rodovia Belém-Brasília, na região leste do Pará, invadiram hoje a Fazenda Reunidas, a 35 quilômetros do município de Mãe do Rio. "Essas fazendas aqui são todas griladas e um dos principais grileiros é o Jader Barbalho (ex-governador e deputado federal pelo PMDB), que usou seu poder de governador para transferir os títulos da terra para o seu nome", acusou o agricultor Paulo Edson Ferreira.

Nos municípios de Mãe do Rio, Ipixuna, São Miguel do Guamá e Paragominas, garantiu o agricultor, há muitas terras com documentação falsa registrada no Instituto de Terras do Pará (Iterpa), órgão fundiário estadual.

As fraudes nesses registros teriam sido feitas por interferência de políticos que nos últimos 20 anos também se tornaram proprietários de terras na região. O Iterpa nega que existam em seus arquivos documentação irregular sobre registros de imóveis na região da Belém-Brasília.

Com foices, enxadas e gritando palavras de ordem contra os governos federal e estadual, a quem acusam de promover o caos fundiário no Estado, os sem-terra afirmam que a fazenda de quatro mil hectares foi "grilada" do patrimônio fundiário paraense. Os sem-terra batizaram a fazenda com o nome de Irmã Dorothy, em homenagem a missionária assassinada no sábado passado por pistoleiros em Anapu. Após a invasão, eles rezaram e beijaram o solo, gritando o nome da missionária.

No momento da invasão, apenas quatro empregados estavam no local. A sede da fazenda não foi ocupada, "por enquanto", segundo informaram ao Estado, por telefone, os agricultores Ferreira e Antonio Arlindo. Eles disseram que as famílias já começaram a montar suas barracas de lona e devem começar o plantio de feijão, arroz e milho nos próximos dias.