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Internacional
Sexta - 18 de Fevereiro de 2005 às 13:18

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Pelo menos 21 pessoas morreram em três ataques a bomba contra xiitas no Iraque nesta sexta-feira, véspera do feriado islâmico de Ashura, o dia mais sagrado no calendário xiita.

O maior ataque aconteceu em uma mesquita xiita em Dora, no sul de Bagdá, onde um militante suicida detonou um cinturão de explosivos no meio da aglomeração.

O segundo ataque ocorreu em uma mesquita no oeste da capital iraquiana e o terceiro, perto de uma procissão xiita no nordeste da cidade.

As forças iraquianas aumentaram a segurança para tentar evitar a violência que marcou a comemoração da data em 2004, quando cerca de 180 pessoas foram mortas em ações com carros-bomba contra fiéis xiitas em Bagdá e Karbala.

Fronteiras

As fronteiras terrestres do Iraque com os países vizinhos permanecerão fechadas até a próxima terça-feira.

A cerimônia de Ashura relembra a morte do imam Hussein, neto do profeta Maomé, no ano 680, acontecimento que aprofundou as divisões entre os muçulmanos xiitas e sunitas.

Em outro episódio de violência, o chefe da polícia em Najaf afirmou que seus dois filhos, que também eram policiais, morreram após terem sido seqüestrados durante peregrinação à cidade sagrada de Karbala.

Em Mosul, norte do Iraque, dois soldados americanos foram mortos em ataques separados, informou o Exército dos Estados Unidos.

Vitória xiita

Os ataques ocorrem num momento em que começam as negociações para a formação de um novo governo no Iraque depois de confirmado que uma aliança de muçulmanos xiitas venceu por uma pequena margem de votos as eleições históricas de janeiro.

A Aliança Iraquiana Unida obteve 48% dos votos e conseguiu 140 cadeiras do total de 275 da nova Assembléia Nacional.

O partido terá que formar uma coalizão para conseguir a maioria de dois terços necessária para eleger um presidente.

A Assembléia também vai escolher dois vice-presidentes que, junto com o presidente, decidirão quem será o primeiro-ministro e também apontar um gabinete.

Os partidos curdos, que ficaram em segundo na eleição, conquistaram 75 cadeiras e o partido secular do primeiro-ministro interino, Ayad Allawi, obteve 40 cadeiras.

O atual vice-presidente interino, o xiita Ibrahim Jaafari, é visto como um favorito para substituir Allawi, embora ele enfrente outro nome forte, o de Ahmed Chalabi, que já teve fortes laços com o Pentágono mas perdeu o apoio americano.

Os curdos dizem que querem que seu líder, Jalal Talabani, seja presidente do Iraque.

Poderá ainda ser oferecida aos sunitas uma das duas vice-Presidências do país e, possivelmente, o cargo de presidente da Assembléia.





Fonte: BBC Brasil

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