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Prefeitura fecha oito prostíbulos no centro de Cuiabá
Uma equipe de agentes da prefeitura, inspetores do Juizado da Infância e policiais militares fechou oito prostíbulos que funcionavam no centro histórico de Cuiabá - atividade proibida em áreas centrais e residenciais de acordo com o Código de Posturas do Município. Segundo a PM, existem ainda outros três bares com atividade de prostituição nos calçadões.
A equipe não encontrou dificuldade para notificar os locais. Ali, o submundo não se esconde pela noite. Todos os dias, das 09h30 às 18h30, mulheres se abrigam em casebres castigados pelo tempo, fugindo do desemprego e arranjando desculpas. “Há um mês que estou aqui. Trabalhava em uma churrascaria mas semana que vem eu volto para lá”, disse uma delas.
Do lado de dentro, mesas, cadeiras, bebidas... e quartos. “Você chega em um bar que tem cama e toalha molhada, é estranho né?”, explica o secretário de meio ambiente, Levi Pires. Não fosse o simples fato de a prostituição não ser permitida naqueles locais ainda há outro problema, talvez o maior: as péssimas condições de higiene.
Nos quartos, os colchões ficam em cima do cimento, sujo e descascado. Os banheiros se resumem a um cercado com chuveiro. Em alguns, sequer há sabonetes. Mofo e cupins corroem portas e janelas de madeira. No teto, ventiladores velhos e enferrujados tentam amenizar o abafamento. O cliente paga cerca de R$ 6 a R$ 8 para usar o local enquanto durar o programa, que pode variar de R$ 10 a R$ 50.
Casados, solteiros, comerciantes, funcionários públicos – não há um perfil definido de quem desfruta dos ambientes decadentes. “Onde eu tenho liberdade é aqui. Ficar em casa olhando para a cara da minha mulher? Não dá certo, não é mesmo?”, justifica-se um cliente, pai de quatro filhos. Mas pondera: “Se fecharem (o bar) eu dou nota mil porque você sabe que não faz bem para ninguém, atrai a malandragem e drogas”, admite.
É para fugir da criminalidade que os prostíbulos funcionam apenas durante o dia. “É perigoso. Às vezes a gente fecha até seis da tarde. Ninguém anda no beco nesse horário”, relata a proprietária de um bar, N.V., de 45 anos. A venda de bebidas e o aluguel dos quartos rendia a ela cerca de R$ 300 por semana. “Eu vou alugar de novo, faço uma quitinete, toco a bola para frente”, disse.
Todas as proprietárias dos prostíbulos tentam deixar claro que não são cafetinas. M.S., de 41 anos, está ali desde os 17. “A gente não dá comida para mulher”, esclarece logo. “Aqui, ninguém tem compromisso com ninguém”, avisa outra.
Em meio ao abismo econômico e social, há quem encontre espaço para sonhar. “Mês que vem eu pretendo casar com um rapaz. Ele foi ao Paraná buscar as coisas, fazer a mudança, e volta para cá”, conta S.M.S, de 18 anos.
Há catorze anos trabalhando como inspetor de menores, Valmir Luciano, acredita que a prostituição tenha diminuído um pouco por causa das doenças sexualmente transmissíveis. Mas não vê nada mudar nos ambientes de pobreza que encontra em cada casa. “A prostituição não evolui. A moeda ainda é o dinheiro. É diferente dos clubes de luxo, que aceitam cartão. Desde que eu me conheço por inspetor é assim”, definiu.
A equipe não encontrou dificuldade para notificar os locais. Ali, o submundo não se esconde pela noite. Todos os dias, das 09h30 às 18h30, mulheres se abrigam em casebres castigados pelo tempo, fugindo do desemprego e arranjando desculpas. “Há um mês que estou aqui. Trabalhava em uma churrascaria mas semana que vem eu volto para lá”, disse uma delas.
Do lado de dentro, mesas, cadeiras, bebidas... e quartos. “Você chega em um bar que tem cama e toalha molhada, é estranho né?”, explica o secretário de meio ambiente, Levi Pires. Não fosse o simples fato de a prostituição não ser permitida naqueles locais ainda há outro problema, talvez o maior: as péssimas condições de higiene.
Nos quartos, os colchões ficam em cima do cimento, sujo e descascado. Os banheiros se resumem a um cercado com chuveiro. Em alguns, sequer há sabonetes. Mofo e cupins corroem portas e janelas de madeira. No teto, ventiladores velhos e enferrujados tentam amenizar o abafamento. O cliente paga cerca de R$ 6 a R$ 8 para usar o local enquanto durar o programa, que pode variar de R$ 10 a R$ 50.
Casados, solteiros, comerciantes, funcionários públicos – não há um perfil definido de quem desfruta dos ambientes decadentes. “Onde eu tenho liberdade é aqui. Ficar em casa olhando para a cara da minha mulher? Não dá certo, não é mesmo?”, justifica-se um cliente, pai de quatro filhos. Mas pondera: “Se fecharem (o bar) eu dou nota mil porque você sabe que não faz bem para ninguém, atrai a malandragem e drogas”, admite.
É para fugir da criminalidade que os prostíbulos funcionam apenas durante o dia. “É perigoso. Às vezes a gente fecha até seis da tarde. Ninguém anda no beco nesse horário”, relata a proprietária de um bar, N.V., de 45 anos. A venda de bebidas e o aluguel dos quartos rendia a ela cerca de R$ 300 por semana. “Eu vou alugar de novo, faço uma quitinete, toco a bola para frente”, disse.
Todas as proprietárias dos prostíbulos tentam deixar claro que não são cafetinas. M.S., de 41 anos, está ali desde os 17. “A gente não dá comida para mulher”, esclarece logo. “Aqui, ninguém tem compromisso com ninguém”, avisa outra.
Em meio ao abismo econômico e social, há quem encontre espaço para sonhar. “Mês que vem eu pretendo casar com um rapaz. Ele foi ao Paraná buscar as coisas, fazer a mudança, e volta para cá”, conta S.M.S, de 18 anos.
Há catorze anos trabalhando como inspetor de menores, Valmir Luciano, acredita que a prostituição tenha diminuído um pouco por causa das doenças sexualmente transmissíveis. Mas não vê nada mudar nos ambientes de pobreza que encontra em cada casa. “A prostituição não evolui. A moeda ainda é o dinheiro. É diferente dos clubes de luxo, que aceitam cartão. Desde que eu me conheço por inspetor é assim”, definiu.
Fonte:
Diário de Cuiabá
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/359199/visualizar/
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