Empresário de Sinop é multado por manter animais silvestres em cativeiro

Uma equipe do setor de Fauna e Fiscais do Ibama autuou e multou um empresário de Sinop por manter em sua propriedade peles e animais silvestres ilegalmente, ontem, na zona rural da cidade. Foram encontrados aprisionados cinco catetos (Tayassu tajacu), um tipo de porco do mato comum a fauna da região e dois javalis (Sus sus scrofa), além de peles de uma onça pintada (Panthera onca) adulta e de um filhote. Uma denúncia anônima feita junto ao Setor de Fauna do Ibama permitiu a localização do infrator e dos animais.

O empresário, cuja identidade não foi revelada pelo órgão, terá que desembolsar de R$10,7 mil para legalizar sua situação uma vez que foi multado por cometer três infrações: manter animais silvestres nativos em cativeiro, introduzir ilegalmente animais exóticos à fauna da região e por abater as onças que estão ameaçadas de extinção. Além da multa terá que se explicar junto ao Ministério Público pelo crime ambiental cometido podendo ser condenado a mais de um ano de detenção.

Os javalis, por não pertencerem à fauna da região, serão abatidos e a carne doada para entidades filantrópicas. Os catetos terão melhor sorte já que serão soltos em uma área de soltura pré estabelecida pelo Setor de Fauna enquanto os couros das onças permanecem sob guarda do Ibama até posterior destinação.

Leandro Aranha, analista ambiental do setor de Fauna do Ibama explica que o empresário poderia estar criando seus catetos, tranqüilamente, caso tivesse cadastrado junto ao Ibama um criatório comercial ou conservacionista de animais silvestres. O mesmo não seria possível para os javalis que tem a implantação de criatórios proibida no país desde 1998. "Os javalis, animais de origem européia, provavelmente foram trazidos de forma ilegal do sul do país, onde estão se reproduzindo como uma verdadeira praga. Eles destroem lavouras, e para se ter uma idéia, no sul até foi liberada a caça deles", explicou Aranha.

O Ibama não divulgou o nome do empresário porque o Boletim ainda não foi lavrado. “O Setor de Fauna e a Fiscalização estão dispostos a intensificar a fiscalização a fim de reduzir a caça, o tráfico de animais silvestres e coibir a atividade ilegal de criatórios clandestinos”, declara.