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Internacional
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 22:00

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O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, obteve hoje, quarta-feira, o apoio do Parlamento a seu plano de retirada da Faixa de Gaza, que começará no próximo mês de julho e terá duração de 12 semanas.

O Parlamento israelense aprovou por 59 votos a favor, 40 contra e cinco abstenções a lei para a indenização dos colonos que deverão deixar os assentamentos israelenses na faixa.

A lei autoriza o governo de Sharon a pagar indenizações aos 8 mil colonos que terão de abandonar os 21 assentamentos de Gaza e quatro do norte da Cisjordânia e será ratificada no próximo domingo pelo Conselho de Ministros.

O orçamento que o governo israelense dispôs para as indenizações aos colonos supera os 4 bilhões de shékels, cerca de 705 milhões de euros.

Segundo os analistas, cada família de colonos receberá em média 1,7 milhão de shékels, cerca de 300 mil euros, para refazer sua vida no território israelense.

A medida conhecida como "Lei de Evacuação-Compensação" foi aprovada no Plenário do Parlamento (Knesset) após sessões de debates que começaram ontem e terminaram hoje, com a votação de centenas de propostas de emendas e recursos apresentados pela oposição.

No total, a oposição direitista obrigou Sharon a votar separadamente 185 artigos do projeto de lei e mais de 60 emendas.

Para agilizar a sessão - já que muitas votações foram feitas chamando os deputados um a um e não por voto eletrônico -, o presidente do Parlamento, Reuven Rivlin, conseguiu agrupar alguns recursos da oposição.

Desde que Sharon anunciou sua intenção de se retirar da Faixa de Gaza, a oposição ultradireitista intensificou sua campanha contra o governo.

"Depois de 513 anos do Édito de Expulsão dos Judeus da Espanha, enfrentamos novamente uma ordem de expulsão contra os judeus", acusaram hoje dirigentes do Conselho de Assentamentos de Judéia, Samaria (Cisjordânia) e Gaza na entrada do Parlamento.

Avner Shimoni, prefeito de um dos assentamentos em Gaza, assegurou que "os habitantes do bloco de Gush Katif não aceitam a lei porque é imoral".

"Se o preço é ir para prisão, pagaremos por ele", acrescentou o prefeito.

Trinta e um extremistas israelenses, de um total de 60 detidos, foram processados hoje nos tribunais por interromper na segunda-feira a circulação em várias estradas de Israel e resistir violentamente aos policiais.

Também hoje foram registrados protestos em várias estradas israelenses com queimas de pneus.

Por medo de novos protestos da extrema direita, o Parlamento realizou hoje a sessão sob medidas extremas de segurança e os acessos à região foram vigiados por patrulhas policiais.

A retirada dos colonos será feita por 5 mil policiais desarmados que já começaram a ser treinados para a tarefa.

Aos problemas políticos de Sharon no Parlamento, somou-se nas últimas 24 horas a decisão do ministro da Defesa, Shaul Mofaz, de destituir o chefe do exército, general Moshe Yaalon.

Yaalon, responsável pelo exército durante a Intifada, elaborou o plano de retirada de Gaza, por isso a decisão de Mofaz de destituí-lo no mesmo mês em que começa a retirada despertou receio em círculos políticos e militares.





Fonte: EFE

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