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Internacional
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 17:45

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A polícia do Nepal deteve hoje, quarta-feira, dois dirigentes do Partido do Congresso Nepalês (NCP), o principal grupo político do país, depois de esta organização convocar para a próxima sexta-feira manifestações contra o estado de emergência decretado pelo rei Gyanendra no último dia 1º.

Fontes do partido informaram que Arjun Narsingh, um dos dirigentes do grupo, e a ex-ministra e líder do agrupamento de mulheres do NCP, Mina Pandey, foram detidos na sede do partido em Katmandu.

As mesmas fontes informaram que o líder do NCP, Girija Prasad Koirala, que está em prisão domiciliar desde o dia 1º, "fez um apelo a todos os partidos para chegar ao consenso e lutar juntos contra os problemas, sem violência e com um programa pacífico".

As detenções foram feitas após a libertação nos últimos dias de alguns políticos e defensores dos direitos humanos. Centenas ainda estão detidos desde que Gyanendra destituiu o governo do primeiro-ministro Sher Bahadur Deuba, assumiu o poder absoluto e decretou o estado de emergência.

Deuba e os principais líderes políticos, além de centenas de dirigentes estudantis, sindicais e defensores dos direitos humanos, continuam detidos.

Apesar de seus esforços para buscar apoio internacional, Gyanendra foi submetido a duras críticas e, nos últimos dias, os embaixadores de EUA, Índia, Reino Unido, França, Alemanha, Dinamarca e Noruega foram convocados por seus países para consultas.

Os EUA, que ao lado de Índia e Reino Unido, apóiam o governo do Nepal em sua luta contra a guerrilha maoísta - que controla dois terços do país e cuja violência causou 11 mil mortes desde 1996 - ameaçou retirar toda a ajuda, inclusive militar, se as liberdades civis não foram restauradas e os presos políticos libertados.

Tulsi Giri, indicado na segunda-feira como vice-presidente do gabinete que governa o país sob o comando de Gyanendra, insistiu em justificar as medidas reais como meio para lutar contra os rebeldes maoístas e rejeitou as críticas internacionais, segundo informou hoje a imprensa oficial.

Enquanto isso, prossegue o bloqueio de estradas imposto em todo o país pelos maoístas, que paralisaram a maior parte dos transportes desde sábado, fazendo subir em Katmandu os preços de alguns produtos essenciais.

Após a declaração do estado de emergência, o gabinete real pediu reiteradamente aos maoístas que negociem, enquanto ameaçava aumentar a pressão militar e lançava algumas operações contra as principais zonas de influência dos rebeldes.

A guerrilha se negou a negociar com o rei e insistiu que seguirá sua luta para derrubar a monarquia e instalar uma república comunista, enquanto pedia aos partidos políticos para se unirem a ela.

Os outros partidos nepalenses, até agora, rejeitaram a formação de uma frente conjunta com os maoístas, a quem pediram que renuncie à violência.





Fonte: EFE

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