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Cidades/Geral
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 14:42

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Na capital, na Vila São Francisco, casas ficaram totalmente cobertas pelas águas

Dois municípios baianos, Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, e Vereda, no Extremo sul, a 850km da capital, decretaram ontem situação de emergência por conta das fortes chuvas que têm assolado o estado nos últimos dias. Uma equipe da Coordenação de Defesa Civil (Cordec), órgão ligado à Secretaria de Trabalho e Ação Social do estado (Setras), foi enviada ontem a Lauro de Freitas para avaliar os estragos provocados pelas chuvas. O outro município que decretou situação de emergência foi Vereda. Nos próximos dias, equipes da Cordec visitarão o município.

Em Lauro de Freitas, anteontem, pelo menos 120 pessoas haviam sido obrigadas a deixar suas casas por causa do aguaceiro. Com a continuidade das chuvas, o número foi aumentando, porém ainda não havia sido realizado um relatório para precisar o número de desabrigados. Na cidade, a situação mais crítica é nas localidades de Boca da Mata, Queira Deus e Sempre Verde, áreas situadas próximo ao bairro de Portão.

Em Ipitanga, o Rio Sapato, que corta toda Lauro de Freitas, transbordou, invadiu casas situadas às suas margens. Por conta da pressão das águas, o asfalto cedeu, criando duas crateras. Outra situação grave é na localidade de Lagoa dos Patos, onde a maioria das construções foi realizada em cima de uma duna de areia que ameaça não resistir às fortes chuvas. Mesmo diante do problema, as famílias se negam a deixar as suas casas. Apenas os moradores da Boca da Mata aceitaram dormir na Escola Cadete Mirim.

Camaçari - A situação também é crítica em Camaçari. Até a tarde de anteontem foram registradas 119 ocorrências na Defesa Civil do município. As áreas mais afetadas são os bairros de Nova Vitória, Jardim Brasília, Glebas E e A e às margens do Rio Camaçari. Nos casos mais graves, como o das famílias que habitam o entorno dos rios, a prefeitura tem orientado que esses moradores sejam relocados para outro local. Até o momento, há cerca de 15 famílias desabrigadas, alojadas provisoriamente em centros comunitários e associações de bairros.

Na Escola Luiz Rogério de Souza, no bairro da Gleba C, a água do esgoto retornou pelo ralo do banheiro e praticamente alagou as salas da secretaria e da direção. Já no distrito praiano de Catu de Abrantes, na Escola Sílvio Pereira Costa, a chuva provocou um buraco no muro, que ameaça cair a qualquer momento. A equipe técnica da Secretaria de Educação fez uma visita ao local e está estudando qual será a solução mais adequada para o caso.

Alagamentos se repetem em várias áreas

Desde que as chuvas começaram a castigar a cidade, a Superintendência de Manutenção e Conservação da Cidade (Sumac) já registrou mais de 50 ocorrências de alagamentos em Salvador. Ontem, das 70 ocorrências registradas pela Subsecretaria Municipal para Assuntos de Defesa Civil (Codesal), havia apenas um alagamento. As enchentes mais críticas, como a ocorrida recentemente em Narandiba, Avenida Bonocô, Paralela e Frederico Pontes são causadas pela falta de manutenção do sistema de micro e macrodrenagem da cidade.

"O foco principal dos alagamentos foi a falta de manutenção das redes de drenagem que não estão tendo como comportar um volume maior de águas", explica o superintendente da Sumac, Wellington Pereira da Silva, que nos 40 primeiros dias de gestão se dedicou à limpeza do sistema que integra os grandes canais receptores de toda água pluvial de Salvador e também de esgotamento nos trechos em que o Programa Bahia Azul ainda não foi concluído. "Estamos preparando estes canais para que voltem a ser rios. Em pouco mais de um mês, já executamos a retirada de lama e dejetos em mais de 13 mil metros de canais", contabiliza o superintendente.

A limpeza do canal do Rio Camurujipe, que liga o Bom Juá ao Stiep, do Rio Xangô, que corre em Itapuã e do canal do Rio Jaguaribe, que há poucos anos provocava o alagamento de condomínios residenciais no bairro de Piatã - já estão em fase de conclusão, restando agora à prefeitura canalizar os trabalhos para a manutenção das redes de microdrenagem, que consiste na limpeza de caixas de sarjeta e desobstrução das redes. "Nossa estratégia era já ter começado, mas as chuvas não permitiram", justifica Pereira. Alguns dos locais que mais têm sofrido com o acúmulo de águas já estão sob intervenção da Sumac. Outros mais complexos, como é o caso do histórico alagamento da Avenida Centenário, dependem de um trabalho mais amplo, que será conduzido pela Superintendência de Urbanização da Capital (Surcap).





Fonte: Correio da Bahia

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