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Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 11:10
Por: Carlos Martins

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Desde que a Expedição Internacional – Estradeiro 4 partiu de Cuiabá, há quatro dias, 23 dos 120 integrantes da comitiva já necessitaram passar pelo atendimento médico da caravana. A maior parte dos casos está relacionado a problemas enfrentados pela altitude. Primeiro, no trajeto de 477 quilômetros entre Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba, quando numa via alternativa se atingiu uma altitude de 3.500 metros. Dos casos relatados pela equipe médica, seis aconteceram na terça-feira, quando a comitiva se deslocou de Cochabamba para La Paz e atingiu a uma altitude de 4.501 metros na Cordilheira dos Andes.

De acordo com o médico Juliano Canavarros, que vem prestando atendimento juntamente com o médico Jorge Lafetá, dois casos foram mais severos. No trecho da Cordilheira entre Santa Cruz e Cochabamba, um empresário sofreu de hipotermia e hipotensão. A pressão caiu para 8 por 6 e a pessoa chegou a desmaiar. Socorrida, ela foi aquecida e hidratada e se recuperou. Em outro caso, outro integrante precisou receber oxigênio na tarde de terça-feira. “O segundo dia é sempre mais complicado”, disse o médico, prevendo para esta quarta-feira mais trabalho para atender quem não estiver muito bem.

Para Canavarros, o principal problema é que faltou uma proteção ao frio. Saiu-se de uma temperatura em Cuiabá de 34 a 37 graus e na cordilheira se enfrentou tempo chuvoso, úmido, com temperaturas próximas de 10 graus. “O organismo não reage à altitude com a baixa oxigenação”, explicou o médico. Os principais sintomas apresentados pelas pessoas atendidas foram dor de cabeça (característica do mal agudo da altitude), náuseas, intoxicação alimentar e sangramento nasal. Na maioria dos casos a pessoa melhorou com aquecimento e hidratação. A medicação é para casos específicos de dor de cabeça e anti-inflamatórios.

De acordo com a equipe médica, acima dos três mil metros, um alpinista sobe a cada dia 300 metros e passa um tempo no local para se aclimatar. Para combater os efeitos da altitude, recomenda-se tomar um comprimido chamado Diamox, que é utilizado para ampliar a capacidade respiratória. Nesta quarta-feira, no quinto dia da expedição, quando a comitiva sai da Bolívia e ingressa no Peru, a comitiva deverá estar preparada, pois além do frio que se espera (pode até nevar), em Puno, os integrantes vão almoçar ao lado do Lago Titicaca, a uma altitude de 4 mil metros.





Fonte: Secom - MT

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