Mercado espera aumento de meio ponto na taxa básica de juros

Brasília - A quase totalidade dos consultores de mercado e analistas financeiros ouvidos na última sexta-feira pelo Banco Central acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai elevar a taxa básica de juros (Selic) na reunião mensal que termina hoje.

De acordo com o Boletim Focus, divulgado semanalmente pela instituição, a expectativa é de que a taxa atual, de 18,25% ao ano, seja elevada para 18,75%, apesar de os indicadores de preços mostrarem inflação sob controle. Caso isso se confirme, a taxa Selic também aumentará um pouco sua projeção para o final do ano: de 16,75% para 16,78%.

Na última segunda-feira, ao falar para empresários, no Rio de Janeiro, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que a grande discussão que deve ser feita no Brasil não é sobre a necessidade de subir ou não subir a taxa de juros, que "é uma discussão técnica". Segundo ele, o que deve ser discutido é por que a taxa básica de juros é alta e o que o país precisa fazer, a longo prazo, para baixá-la.

Meirelles lembrou que, no Brasil, todos querem que os juros baixem. Para ele, essa é a discussão intrigante. "O fato é que o país está crescendo, a inflação está mostrando a dinâmica que tem. Portanto, o fato concreto é que a política monetária do Banco Central tem provado ser adequada para o país".

Sem adiantar detalhes sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que termina hoje, Meirelles afirmou que "todo o trabalho que está sendo feito no Brasil é que vai fazer com que as taxas de juros tenham trajetória cadente".

Ele ressaltou que as taxas de juros sobem e descem em qualquer país, numa reação às expectativas dos bancos centrais sobre o comportamento futuro de preços. "Olhando as atas do Copom, o que se vê é que o Banco Central tem reagido como os órgãos congêneres do mundo à dinâmica inflacionária e às previsões em relação à inflação", disse Meirelles.