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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 15 de Fevereiro de 2005 às 19:10

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A morte da missionária americana Dorothy Stang é apenas uma entre as dezenas de assassinatos ocorridos no país nos últimos anos em conseqüência de conflitos de terras. Só em 2003, foram 73 assassinatos no campo (33 no Pará), segundo Antônio Canuto, secretário-geral da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

"O Pará é sempre o campeão da violência", afirma Canuto. De acordo com a CPT, em 2004 podem ter ocorrido pelo menos 30 mortes em decorrência de conflitos agrários, sendo nove casos no estado paraense.

Canuto disse que o assassinato da irmã Dorothy, que era integrante da CPT, não deve ficar impune, mas ressaltou que isso não muda nada. "Por trás da violência, está a falta da reforma agrária", afirmou. Para ele, "é necessário que o governo faça mudanças estruturais".

Dom Tomás Balduíno, também da CPT, disse que o governo precisa combater o latifúndio e dar atenção à população do local que busca terra para trabalhar e viver. "Essa busca da terra de viver e trabalhar, não é gente que procura enriquecer-se, mas sobreviver. E eles são uma economia forte para o país", afirmou Dom Tomás.

Para ele, o plano de desenvolvimento sustentável do governo é um grande fracasso. "A sustentabilidade é só um nome. Na verdade, o que estamos vendo é só a devastação da mata para plantar capim. A decapitação das madeiras nobres em vista da exportação para uma freguesia cativa", acrescentou.

Na opinião de Dom Tomás, o governo precisa ter instrumentos enérgicos para combater os conflitos agrários no Pará. Dados do relatório "Pará: Estado de conflito", elaborado pela organização não-governamental Greenpeace, mostram que o estado apresenta o maior índice de assassinatos ligados à disputa de terras. Segundo o relatório, de 1985 a 2001, quase 40% das 1.237 mortes de trabalhadores rurais no Brasil foram registradas no Pará.





Fonte: Agência Brasil

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