Ministra insinua ação do Exército no Pará

Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, deu a entender hoje que haverá um envolvimento maior das Forças Armadas na repressão ao conflito agrário no Pará, após o assassinato da freira Doroty Stang. "Uma coisa é quando chegamos para uma operação, dentro de um helicóptero do Ibama. Outra coisa é quando chegamos dentro de um helicóptero do Exército", disse após reunião comandada pelo presidente em exercício, José Alencar, com 11 ministros e o governador do Pará, Simão Jatene (PSDB). Na quinta-feira, ao retornar ao Brasil, o presidente Lula presidirá uma reunião para discutir o problema.

O ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o governador do Pará garantiram que o Estado e a União estão trabalhando em conjunto nas investigações. Ficou decidido que não haverá medidas extraordinárias do governo e sim a intensificação das ações que já estavam sendo feitas para combater a grilagem de terra e o desmatamento. "Não é hora de anunciar nenhum pacote, nenhum plano", afirmou Dirceu.

Jatene afirmou que por melhor que seja qualquer sistema de proteção ele tem efeito limitado, quando há bolsões de miséria e violência. Uma das ações destacadas por ele para amenizar o problema é o zoneamento do Estado, que será discutido na Assembléia Legislativa. Com o zoneamento, os grileiros perderão o principal instrumento de pressão, que é a venda de expectativa de direito, segundo Jatene.