PFL e PT vêem crise na identidade das bancadas partidárias

Brasília - Em lados opostos da atuação política, o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), e o líder do PFL, José Agripino (RN), ambos no Senado, concordam que a eleição do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), é resultado de uma crise de identidade das bancadas partidárias.

"Há um crise de representação das bancadas pois os partidos não estavam coesos na escolha de seus candidatos na Câmara", disse Mercadante no final da manhã desta terça-feira.

Para Agripino, a vida política do governo naquela Casa "vai ficar muito complicada", pois, "as lideranças partidárias estão pouco representadas na Mesa Diretora". O pefelista avalia que o governo será exigido a ter "uma relação de entendimento caso a caso", dificultando muito a articulação política na defesa dos projetos de seu interesse.

Pregando a conciliação, Mercadante acha que não é hora de procurar culpados, mas defendeu a reforma política como uma saída necessária para crises como a criada pela rebeldia de deputados de todos os partidos em relação à orientação de suas lideranças.

José Agripino atribui a derrota do PT à truculência do governo ao tentar impor o nome de Luiz Eduardo Greenhalgh, "um candidato que não era aceito". Além disso, avalia, faltou comando político na articulação para a eleição.