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Segunda - 14 de Fevereiro de 2005 às 23:24
Por: Marli Moreira

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São Paulo - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, garantiu hoje que o governo agirá com todo o rigor necessário para punir os responsáveis pela morte da missionária Dorothy Stang, de 73 anos, assassinada com seis tiros, na madrugada do último sábado (12), em Anapu, no Pará. A reação do Estado tem "que ser dura, implacável", disse Bastos. Ele lamentou o fato, dizendo que conhecia pessoalmente a freira norte-americana e seu trabalho. Naturalizada brasileira, Dorothy atuava junto a comunidades de colonos e assentados no norte do país, área de grande disputa econômica, envolvendo grileiros de terras públicas.

Márcio Thomaz Bastos informou que está acompanhando as investigações em Altamira (PA) e que conversou, na manhã de hoje, com o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo Lacerda, e com a representantes da Superintendência da PF naquele estado. "O que existe lá é uma terra em situação de tensão, onde não existia a presença do Estado, e agora estão atuando os Ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário e da Integração Nacional, tornando a exploração econômica um trabalho organizado, e não predatório. E isso está provocando uma reação muito grande de pessoas que não estão acostumadas à convivência democrática e civilizada, nem a se submeterem ao império da Lei", declarou o ministro.

O mesmo quadro verificou-se nos episódios da morte do seringueiro e ambientalista Chico Mendes, em 1988, no Acre, e no caso da execução dos fiscais do Trabalho, em Unaí, no ano passado, em Minas Gerais, lembrou o ministro. Ele observou que, em Unaí, o crime era difícil de ser descoberto, mas, em seis meses, os criminosos foram presos e agora aguardam julgamento. Sobre o assassinato de Dorothy Stang, Bastos disse que espera uma solução rápida porque já existem vários suspeitos e três mandados de prisão decretados. Como a região é muito grande e as buscas estão sendo dificultadas ainda pelo tempo chuvoso, o governo enviou reforços, incluindo um avião. "Vamos dar uma resposta dura, que mostre que ninguém pode enfrentar o Estado de direito no Brasil", afirmou Bastos.

O ministro da Justiça participou hoje, em São Paulo, da cerimônia de lançamento de mais uma etapa da campanha de desarmamento, que, em dezembro, foi prorrogada por seis meses. A campanha vai agora até 23 de junho. Durante o ato, o cardeal arcebispo de São Paulo, D. Cláudio Hummes, pediu justiça no caso do assassinato da missionária Dorothy Stang.





Fonte: Agência Brasil

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