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Nacional
Segunda - 14 de Fevereiro de 2005 às 17:03

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Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito hoje presidente do Senado com 72 dos 76 votos. Candidato único, Renan substitui o também peemedebista José Sarney (AP). Em sua despedida do cargo, Sarney disse que Renan é "personagem decisivo da governabilidade" e aproveitou para mandar um recado ao PT. "Hoje, nenhum governo pode ser de hegemonia partidária (...) ninguém pode governar se não com coalizões, equilíbrio entre segmentos da sociedade e decisões harmônicas", disse Sarney.

Nas primeiras articulações da segunda reforma ministerial do presidente Lula, ainda no ano passado, a expressão "governo de coalizão" foi usada várias vezes por líderes petistas. Ao assumir o cargo, Renan procurou mostrar sintonia com o governo dizendo que "a principal tarefa do Parlamento hoje é uma só: vamos deixar o Brasil crescer."

"Chegou a hora de tirarmos as amarras que minam as energias da nação", acrescentou Renan, que também defendeu a necessidade de o Orçamento da União ter um caráter mais impositivo do que tem atualmente.

Quatro senadores votaram contra Renan. Não houve abstenções. A eleição de Renan respeitou a escolha da bancada do PMDB, a maior do Senado.

Ex-líder de Collor e ex-ministro de FHC Deputado federal em dois mandatos, Calheiros foi líder do governo no Congresso no início do mandato do presidente Fernando Collor de Mello, em 1990. No mesmo ano, perdeu a disputa pelo governo do Estado de Alagoas. Acusando irregularidades na eleição estadual, rompeu com Collor, que tinha sua base política no Estado.

Ministro da Justiça no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, Renan desejava a presidência do Senado já há dois anos. Mas foi convencido a se compor com o governo com a promessa de que seria candidato agora.

No ano passado, no entanto, a emenda de reeleição, que permitiria a permanência de Sarney no cargo - assim como do atual presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP) -, chegou a colocar em risco seu projeto.

Mesmo derrotada em maio, a emenda pairou sobre o Congresso até praticamente o final do ano, o que ajudou a azedar a relação da base governista com o Palácio do Planalto. Encerrada a questão da reeleição, sua candidatura à presidência do Senado foi sacramentada após entendimento com Sarney. Como presidente do Senado, Calheiros acumula o cargo de presidente do Congresso Nacional.





Fonte: Reuters

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