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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Domingo - 13 de Fevereiro de 2005 às 22:02

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Parte dos assassinatos deste ano estão relacionados a brigas de bares ou acerto de contas que começam com vários copos de cerveja e terminam em morte dias depois, principalmente em bairro periféricos tanto de Cuiabá como de Várzea Grande. Ou assassinatos na própria mesa de bar, geralmente cometidos a golpes de faca.

Para o doutor em sociologia e professor da UFMT Naldson Ramos, a explicação está no machismo que ainda prevalece na sociedade brasileira. Segundo ele, o homem, na concepção machista, não leva desaforo para casa, principalmente se ingerir bebida alcoólica.

“A briga começa no bar e termina em morte envolvendo pessoas de várias idades. A virilidade do macho não o deixa levar desaforo pra casa e precisa resolver tudo na hora”, observou.

Para Ramos, essas brigas ocorrem na classe baixa em que o nível de escolaridade é praticamente inexistente. “Quem tem estudo, nunca parte para a morte, em brigas assim. Pretende resolver na conversa”, assinalou.

O assassinato do pedreiro Joel Santos Souza, de 32 anos, ilustra a afirmação do doutor em Sociologia. Souza foi assassinado a pedradas no final de janeiro no bairro Novo Colorado em Cuiabá. Ele saiu de um bar onde discutiu com um rapaz. Preso no dia seguinte, o jovem alegou que discutiu com Joel por causa de uma cerveja. A briga foi terminar na rua com Souza sendo executado a pauladas.

Outro exemplo é a morte de Fabrício Camargo Klipel, de 25 anos, morto a tiros porque tinha brigado com rapazes do bairro Vila Rosa. Cercado na rua por um jovem, ele foi abatido a tiros.

Ao ser detido, o autor do crime disse que praticou o assassinato por causa de uma discussão com a vítima e “não foi com a cara dele”.

Naldson Ramos lembrou que uma forma de combater a violência é investir em educação. Para ele, quanto maior a escolaridade da pessoa, menor é a chance de resolver a situação à faca ou à bala.(AR)




Fonte: Diário de Cuiabá

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