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Nacional
Domingo - 13 de Fevereiro de 2005 às 19:21
Por: Carlos Mendes

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Bélém - O juiz substituto da comarca de Pacajá, no sudoeste do Pará, Lauro Alexandrino Santos, decretou neste Domingo a prisão temporária de três homens suspeitos de participação no assassinato da missionária norte-americana naturalizada brasileira Dorothy Stang, de 73 anos, ocorrido no sábado. Para não prejudicar as investigações, a polícia não divulgou os nomes. De acordo com o juiz, a participação dos acusados no crime estaria "confirmada". Policiais que resgataram o corpo da religiosa confirmaram que ela foi executada com 9 tiros.

Para expedir o mandado de prisão, o juiz se baseou no depoimento de duas testemunhas. Elas viram quando os homens abordaram a missionária e um deles sacou a arma. As testemunhas, entre elas um colono que relatou com detalhes como ocorreu o crime, estão sob a proteção da Polícia Federal em Altamira.

Dois delegados, quatro investigadores e um perito policial deslocaram-se neste domingo para o assentamento Esperança, onde a missionária foi assassinada, para levantar informações e detalhes do local do crime. A área fica numa floresta a 47 km de Anapu. O tempo na região está muito ruim, com chuvas constantes.

O corpo da religiosa foi retirado do local no final da tarde de sábado pelo delegado de Anapu, Marcelo Ferreira de Souza, e mais quatro policiais militares. Ele disse que chegou ao local do crime com muita dificuldade. Souza contou que sua equipe teve de cortar a machado quatro árvores que estavam caídas no trajeto.

Perto do assentamento, a polícia encontrou uma camionete de cor prata destruída em um incêndio. O nome do proprietário do veículo está sendo levantado. Para os policiais, é importante saber se o incêndio ocorreu antes ou depois do assassinato. Um segundo veículo, que teria sido utilizado pelos matadores, está sendo procurado. As polícias Civil, Militar e Federal montaram barreiras na rodovia Transamazônica.

Num avião do governo estadual, o corpo de Dorothy Stang saiu de Anapu e fez escala em Altamira para troca de aeronave. De Altamira, o caixão seguiu para Belém, onde será feita a autópsia no Instituto Médico Legal Renato Chaves.

Entidades ligadas aos direitos humanos e à questão agrária fizeram um protesto em Belém, denunciando a "matança e a impunidade que campeiam no Pará entre sindicalistas e pessoas que lutam pela reforma agrária".




Fonte: Agência Estado

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