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Cidades/Geral
Domingo - 13 de Fevereiro de 2005 às 12:30
Por: Rose Domingues

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De janeiro a fevereiro deste ano, a Delegacia da Mulher de Cuiabá registrou 244 queixas de violência contra a mulher. Comparando os anos de 2003 e 2004, houve um aumento de 33% no número de assassinatos de mulheres. Em 2004, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) registrou 28 mortes, sendo que oito foram vítimas de crimes passionais e duas violentadas e mortas.

Mesmo com números bastante expressivos, a delegada titular da delegacia da Mulher de Cuiabá, Sílvia Virgínia Ferrari, afirma que essa ainda não é a realidade de agressões vivenciada dentro do ambiente doméstico. Assim como o juiz criminal Mário Roberto Kono, a delegada Sílvia também acredita que por enquanto apenas se visualizou a "ponta do iceberg", ou seja, a maioria das mulheres continua apanhando de seus companheiros sem procurar ajuda.

Algumas delas nem sabe como fazer ou não querem se expor na frente de policiais despreparados. No interior de Mato Grosso, Kono destaca que o problema é mais sério. Além de Cuiabá - com uma unidade - apenas Rondonópolis e Barra do Garças têm cada uma delas uma delegacia especializada na defesa da mulher.

Nenhuma das comarcas mato-grossenses, com exceção da Capital, montou um Núcleo de Psicossocial Forense (NUPS) de atendimento às vítimas, ou seja, se o agressor chegar às mãos da justiça com um crime de leve potencial agressivo (2 a 4 anos de detenção) o máximo que irá ocorrer é o pagamento de cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade.

Referência em atendimento de urgência e emergência em Mato Grosso, o Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) não tem um serviço de triagem da violência doméstica, seja ela praticada contra mulheres ou crianças. O mesmo ocorre nos demais prontos-socorros do Estado. A saúde pública mato-grossense não cataloga os números da violência intrafamiliar.

Desprezado pelo governo do Estado, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher talvez não tenha muito tempo de vida. Pelo menos é isso que afirma a presidente dele, a professora universitária Vera Bertolini. "Ele está travado, ninguém o escuta, falta compreensão e vontade política dos gestores públicos que encontram dificuldade em realizar um trabalho articulado conosco".




Fonte: A Gazeta

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