Comunistas russos pedem nas ruas a renúncia do presidente

Moscou - Milhares de russos saíram às ruas em várias cidades por todo o país neste sábado para protestar contra a reforma previdenciária e pedir a renúncia do governo, enquanto forças pró-Kremlin organizaram demonstrações de apoio ao presidente Vladimir Putin. Segundo a agência de notícias Itar-Tass, o ministro do Interior, que é responsável pela polícia, estimou que o movimento reuniu cerca de 250 mil pessoas. O principal líder dos protestos é o Partido Comunista. Na capital, a manifestação reuniu cerca de 3 mil pessoas, junto ao monumento de Lênin na Praça Kaluzhskaya.

A onda de protestos populares vem crescendo desde o dia 1º de janeiro, em conseqüência da lei 122, que eliminou uma série de benefícios sociais, impondo uma reforma previdenciária, o fim do transporte público gratuito para os aposentados e do subsídio na compra de medicamentos, que foram substituídos por pequenas compensações em dinheiro. A restituição do direito ao transporte público gratuito se converteu na bandeira da luta dos aposentados, que surpreenderam o Kremlin com comícios, manifestações e bloqueios de ruas e estradas.

Os comunistas e outros grupos de oposição tem consolidado seu poder na Rússia, incentivando manifestações públicas e clamando por reformas. O líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, expressou grande esperança com o protesto. Ele falou à rádio Ekho Moskvy que "assim que um número entre 5 e 7 milhões de cidadãos ganharem as ruas, um novo governo poderá ser formado e um outro caminho escolhido".