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Nacional
Sábado - 12 de Fevereiro de 2005 às 20:34
Por: Irene Lôbo

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Brasília - O secretário nacional de Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, afirmou hoje (12) que os responsáveis pela morte da missionária Dorothy Stang são dois pistoleiros conhecidos por Eduardo e Pogoió, que teriam assassinado a freira a pedido de um intermediário conhecido por Tinair. O ministro conversou nesta tarde com autoridades do município de Anapu (PA), onde ocorreu o crime, que relataram os detalhes do assassinato.

As informações foram repassadas pela única testemunha do crime, um trabalhador da região que acompanhava a freira no momento do assassinato e já está sob proteção policial. Segundo o trabalhador, a irmã Dorothy estava desde ontem no assentamento Esperança, discutindo a situação de violência e a constante invasão dos assentamentos pelos pistoleiros comandados por Tinair. Pela manhã, quando saíam da casa onde estavam, a freira e o trabalhador foram cercados pelos dois pistoleiros, que fizeram provocações. A missionária não respondeu e levou um primeiro tiro, de Pogoió. O trabalhador fugiu, se escondeu na mata e disse que ouviu mais dois tiros.

O ministro viaja agora a noite para a região onde ocorreu o assassinato. Ele vai acompanhar os trabalhos das polícias Civil e Militar para capturar os assassinos. Consternado com a situação, Nilmário falou por telefone à Agência Brasil que Dorothy Stang era uma defensora dos direitos humanos e sabia que aquela era uma região de conflitos, com crimes motivados pela posse da terra. "Ela era um mito, uma pessoa considerada símbolo na luta pelos direitos humanos no Pará", afirmou.

Nilmário Miranda conheceu a freira na quinta-feira passada (3). Na ocasião, a missionária denunciou a invasão da casa do trabalhador Luiz Moraes de Brito por pistoleiros. "Encaminhamos o caso à polícia, mas nunca pensamos que a ousadia desses bandidos chegasse ao ponto de assassinar uma irmã, pessoa símbolo da luta no local", disse o ministro.

Na viagem, o ministro também discutiu as estratégias do Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos. "É preciso evitar a impunidade. Onde há impunidade a violência é reproduzida. Precisamos dar o exemplo e buscar os criminosos e mandantes desse crime".




Fonte: Agência Brasil

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