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Internacional
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 20:47

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Dezenas de combatentes palestinos receberam Mahmud Abbas como líder em Nablus, no Norte da Cisjordânia, mas deixaram claro ao provável futuro presidente da Autoridade Palestina que não renunciarão à luta armada "até que Israel saia de seus territórios".

"Nossa resistência permanecerá intacta até o dia em que Israel se retire de nossas terras e ponha fim a seus assassinatos", declarou Nasser Jatib, líder das Brigadas dos Mártires Al-Aqsa, no campo de refugiados de Balata, em Nablus.

Os milhares de habitantes deste lugar, cenário de incursões praticamente diárias do exército israelense, fizeram questão de mostrar a Abbas a realidade de suas vidas miseráveis: seus filhos prisioneiros, seus maridos mortos, a falta de segurança, de educação e trabalho.

Abbas, conhecido por seu caráter moderado, insistiu na necessidade de abandonar as armas e levar a cabo uma resistência não violenta, uma espécie de Intifada pacífica.

"Apoiamos a Intifada e precisamos dela, mas nos opomos ao uso das armas", assegurou Abbas, conhecido também como Abu Mazen, diante de numerosos militantes, que o escutavam empunhando seus kalashnikov.

O campo de Balata já produziu numerosos autores de atentados contra Israel. As crianças aprendem que não há outra opção que não a resistência valente e firme. Nas fachadas das precárias casas, as fotos de Yasser Arafat, morto em novembro, se misturam com as dos líderes do Hamas e das centenas de 'mártires' anônimos, que deixaram suas vidas nesta Infitada. v "Abu Ammar (nome de guerra de Arafat) nunca nos pediu para renunciar a nossa luta. Ele sabia que temos direito de nos defender e de resistir, e Abu Mazen também não nos impedir", assegurou Jatib.

As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o único grupo armado que não está boicotando as eleições presidenciais do próximo domingo, apóiam Abbas por ser o candidato do Fatah, ainda que no princípio tenham mostrado reservas devido ao caráter moderado do candidato e às boas relações com Estados Unidos e Israel.

"Falamos com Abu Mazen e sabemos que respeitará os direitos dos palestinos. De todas as formas, nossa mensagem aos Estados Unidos é clara: não deixaremos que manipulem nossos governantes", disse Alaa Terawi, membro das brigadas Al-Aqsa.

Apesar do grande favoritismo nas eleições, a vitória de Abbas poderá ser obscurecida pelo boicote dos grupos de resistência Hamas e Jihad Islâmica, muito fortes sobretudo na Faixa de Gaza. Apesar disso, de um total de 1,8 milhão de palestinos com mais de 18 anos com direito ao voto em Gaza e na Cisjordânia, cerca de 70% deles (1.282.524) se inscreveram para votar, segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC).




Fonte: AFP

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