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Saúde
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 19:11
Por: Jesiel Pinto

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A Secretaria de Estado de Saúde (Ses) tem um programa de combate à dengue, ancorado ao programa nacional do Ministério da Saúde, e desenvolve ações diárias para o controle da doença, em parceira com os municípios. Visto que é a dengue é uma doença que tem sua ocorrência aumentada no período das chuvas, com algumas peculiaridades especiais que dificultam o seu controle a Superintendência de Saúde Coletiva da Ses está convidando a população a se tornar parte do processo de combate e controle da doença.

Até dezembro de 2004 um relatório parcial da Superintendência de Saúde Coletiva alistou um total de 4.066 notificações de ocorrência de dengue no Estado. O número representou uma queda de 60 por cento em relação aos casos notificados em 2003, 13.703 e um decréscimo ainda maior em relação ao ano mais crítico do Estado, 2002, que foi de 14.985 notificações. “Durante o ano que passou”, ressaltou o superintendente interino de Saúde Coletiva, Benedito Oscar de Campos, “não tivemos nenhum caso de morte atribuído à ocorrência da dengue”.

Mesmo assim, para os técnicos da Saúde Coletiva, alguns municípios precisam de atenção diferenciada. “Os municípios de Peixoto de Azevedo, Canarana do Norte, Matupá e Rio Branco, estão sendo olhados de maneira cuidadosa por nossos técnicos”, afirmou Vera Lucia. “E Cuiabá também está sendo olhada com ressalvas. Tivemos 390 casos notificados no município, no último ano, mesmo com as ações diárias de combate ao mosquito realizadas pela Saúde da Capital. A época da chuva é mais preocupante”, disse ela.

O principal vetor da dengue, o mosquito Adis aegypti, precisa de condições mínimas para sobreviver. “Os ovos ficam em estado latente por até um ano meio”, informou Ludmila Sophia de Souza, consultora estadual para o Programa Nacional de Controle da Dengue, do Ministério da Saúde. “Daí, expostos a uma gota de água limpa, eles eclodem”. O próximo estágio da vida desses insetos é o período em que vivem como larva. A transformação em indivíduos adultos da espécie é rápida. “Enquanto em Estados mais temperados, como os da região Sul, o mosquito da dengue leva 10 dias para atingir a fase adulta, aqui em Mato Grosso, devido ao clima tropical, esse període diminui para até sete dias”, explicou a consultora.

Benedito Oscar acrescentou que “o mosquito transmissor da dengue tem uma vida útil de 30 a 35 dias. Nesse período ele põe 450 ovos, em média”. Assim que atinge a fase adulta o mosquito sai para se alimentar. Cada vez que se alimenta ele sente necessidade de repousar e, durante esse tempo, põe ovos. O mosquito da dengue se desenvolve numa lâmina de água de até três milímetros de profundidade. “Isso equivale à água contida em parte de uma tampinha de garrafa, na reentrância de uma casca de banana ou outro espaço mínimo assim”, explicou a coordenadora Vela Lucia.

PARCERIAS – O controle e combate à dengue consiste em eliminar os criadouros do mosquito. Para isso é que a ajuda da população é necessária. “No momento atual é importante não manter criadouros dos mosquitos em existência”, recomendou Benedito Oscar. O superintendente interino ensinou que o modo de fazer isso é acabar com o que a Vigilância Epidemiológica chama de “depósitos positivos”, ou seja: pneus, tambores, tanques, barris, tinas, depósitos de barro, vasos de plantas, material de construção, peças de carro, garrafas, latas, plásticos, poços e cisternas, etc.

Um boletim epidemiológico apresentado pela Vigilância mostra que, de um total de 44.159 “depósitos positivos” em que foram encontradas larvas do mosquito, 19.704 estavam em tambores, tanques e outros depósitos de água. Outros 10.444 foram encontrados vivendo em garrafas, latas e plásticos com água. “Se conseguirmos a ajuda da população para eliminar esses tipos de depósitos”, estimou Benedito Oscar, “teremos eliminado 30.148 criadouros, bem mais que a metade dos depostos positivos encontrados”.

COMO FAZER – A parceria da população poderá ser exercida na eliminação dos criadouros do mosquito transmissor da dengue. Tudo que possa acumular água, mesmo que seja apenas uma lâmina de três milímetros, pode ser um criadouro do mosquito da dengue. Assim, manter o quintal e a casa limpos é necessário. Ludmila Sophia lembrou que nas residências é encontrada a maior quantidade de depósitos que podem abrigar larvas de mosquitos da dengue. “Garrafas de plástico, latas, vasos de plantas são recipientes que ficam dentro das casas. Em segundo lugar vêm os depósitos grandes como tambores, tanques e barris. Só em terceiro lugar aparecem os pneus que, geralmente, ficam nos quintais”, explicou.

Os técnicos de Saúde Coletiva também preconizam a parceria dos novos gestores das prefeituras como sendo de grande ajuda no combate e controle da dengue. “Porque a limpeza é a principal inimiga da dengue. Assim, uma cidade limpa é sinônima de lugar com pouca ocorrência de criadouros de mosquitos e nisso os novos prefeitos têm um papel insubstituível no combate à doença”, lembrou Benedito Oscar.

Ele recomendou recolhimento de lixo mais de uma vez por semana, se possível em todo o dia da semana, a aplicação de multas constantes da legislação ambiental para proprietários que não mantenham seus terrenos livres de mato e sujeira e constante acompanhamento da limpeza na cidade.





Fonte: Assesoria/ses-mt

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