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Internacional
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 09:08
Por: José Vericat

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Entre os sete candidatos nas eleições presidenciais palestinas, há representantes de três partidos nacionalistas e esquerdistas e quatro independentes.

Segundo as principais pesquisas, o candidato do Fatah, Mahmoud Abbas (Abu Mazen), é claramente o favorito à presidência palestina. Abu Mazen, de 69 anos, não aparece ameaçado por nenhum outro candidato e provavelmente será o sucessor de Yasser Arafat.

Ele é o candidato do Fatah, que ainda é a principal organização política palestina, e o único movimento que compete com este grupo pelo apoio palestino é o Hamas, que decidiu boicotar as eleições presidenciais.

Abu Mazen é também o presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma organização fundada em 1964 e que reúne as principais facções nacionalistas e esquerdistas palestinas.

Para muitos, Abu Mazen é um dirigente muito moderado e pragmático, mas é também quem goza do apoio da comunidade internacional o que, depois de quatro anos de Intifada, aparece como um ponto positivo.

Com a intenção de se afastar da imagem de líder fraco, Abu Mazen radicalizou seu discurso e ontem, depois da morte de oito palestinos no norte da Faixa de Gaza, chamou Israel de "inimigo sionista".

Além disso, o presidente da OLP não fez qualquer menção durante a campanha eleitoral aos acordos de Oslo (1993), promovidos por ele e considerados hoje pelos palestinos um erro histórico.

O único candidato que poderia obter uma quantidade substancial de votos, além de Abu Mazen, é Mustafa Barghouthi.

Barghouthi, de 50 anos, era até agora, como presidente de uma das maiores organizações médicas palestinas, um dirigente da sociedade civil palestina e por meio da Iniciativa Nacional Palestina, um movimento político criado durante a atual Intifada, transformou-se em um dirigente político, embora tenha se apresentado como candidato independente.

A Iniciativa Nacional Palestina foi co-fundada por Haider Abdel Shafi, uma das figuras históricas da esquerda palestina, e Edward Said, um dos principais e mais famosos intelectuais palestinos.

Além disso, Barghouthi foi um dos principais promotores da campanha contra a construção do muro de separação na Cisjordânia e de movimentos de solidariedade internacionais.

Os anúncios eleitorais de Barghouthi e de Abu Mazen, em cartazes nas ruas, nos jornais palestinos, e em televisões locais, são com folga os mais vistos na Faixa de Gaza e Cisjordânia.

O segundo grupo de candidatos, que não se aproximam do apoio dos dois anteriores mas são conhecidos por muitos dos palestinos, são Basam Salhi, representante do Partido do Povo (antigo Partido Comunista palestino), e Taisir Jalid, da Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP).

Ambas as organizações fazem parte da OLP e têm um valor histórico, mas hoje em dia são grupos minoritários.

Salhi, de 44 anos, nascido no campo de refugiados de Al Amari, em Ramala, ganhou destaque como um dirigente estudantil e popular.

Jalid, de 65 anos, nascido em uma aldeia do distrito cisjordaniano de Nablus, é um dirigente com um longo currículo no FDLP e na OLP. Ele faz parte da FDLP desde sua criação em 1969, foi eleito membro do núcleo desse grupo em 1971 e do Comitê Executivo da OLP em 1991.

O resto dos candidatos são Abdel Karim Shbair, Sayed Hussein Barake e Abdel Halim al Ashqar, este último em prisão domiciliar nos EUA por suposto envolvimento com o Hamas. Todos eles são candidatos independentes conhecidos apenas regionalmente.

A Comissão Central de Eleições rejeitou duas das doze propostas de candidatura que recebeu inicialmente, e desde então três dos candidatos renunciaram à disputa.

No entanto, a ANP considera a existência de sete candidatos um êxito, e em particular em contraste com as últimas eleições palestinas em 1996, que contou apenas com a participação de Yasser Arafat e Samiha Jalil, uma conhecida ativista em instituições de beneficência.




Fonte: EFE

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