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Internacional
Sexta - 07 de Janeiro de 2005 às 08:08

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A volta de antigas rivalidades políticas estaria prejudicando as operações humanitárias na Indonésia e no Sri Lanka.

Soldados indonésios na província de Aceh dizem que o seu trabalho para ajudar as vítimas do tsunami está sendo prejudicado por ataques de rebeldes separatistas.

A confirmação da informação significaria a violação do cessar-fogo declarado após o maremoto que devastou a região.

Em meio a esses rumores, o secretário de Estado americano, Colin Powell, advertiu o governo indonésio para usar o equipamento militar fornecido por Washington somente para as operações humanitárias e não contra os rebeldes.

Os Estados Unidos relaxaram um embargo a ajuda militar a Jacarta nesta semana por causa da tragédia, enviando peças para aeronaves Hércules, usadas para transportar suprimentos.

O diretor do Centro de Coordenação de Ajuda do Ministério de Assuntos Sociais, Haji Daeng, teria dito à agência de notícias France Presse que o número de mortos no país já passa de 113 mil.

Sri Lanka

Também há sinais de tensões no Sri Lanka, onde governo e os rebeldes dos Tigres do Tâmil têm disputado o controle das operações de ajuda.

As autoridades do Sri Lanka insistem na presença de soldados em todos os acampamentos de pessoas desabrigados, o que é visto pelos rebeldes como uma tática para intimidar a população tâmil.

Os insurgentes também acusam o governo de não distribuir suprimentos para áreas sob o seu controle.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, deverá visitar o Sri Lanka nesta sexta-feira, depois de uma passagem pela província indonésia de Aceh.

Powell, que está desde domingo num giro pela região, também estará no pequeno país asiático nesta sexta-feira e deverá visitar um acampamento da Cruz Vermelha na cidade de Galle, onde centenas de pessoas perderam as suas casas.

O secretário americano deverá se encontrar com a persidente Chandrika Kumaratunga e outras autoridades, mas ainda não está claro se ele aceitará um convite dos Tigres do Tâmil para uma reunião.



Sistema de alerta

Uma conferência de ajuda aos países atingidos pelo terremoto seguido de maremoto terminou com uma promessa de líderes mundiais de criar um sistema de alerta no Oceano Índico que possa salvar vidas caso o fenômeno se repita.

Especialistas dizem que tal sistema poderia ter prevenido muitas mortes depois do terremoto de 26 de dezembro.

Uma declaração assinada na capital da Indonésia, Jacarta, também pede que a ONU mobilize a comunidade internacional em iniciativas de ajuda.

Ainda em Jacarta, o secretário da ONU pediu aos doadores na conferência que transformem promessas de ajuda em US$ 1 bilhão em dinheiro para uso em caráter de urgência.

O programa de US$ 1 bilhão proposto por annan incluiria US$ 215 milhões para alimentos, US$ 222 milhões para abrigo e US$ 122 milhões para assistência médica.



Promessas globais excederam US$ 3 bilhões, mas promessas nem sempre foram cumpridas no passado.

Pelo menos 150 mil pessoas morreram na catástrofe, e centenas de milhares de pessoas estão desabrigadas.

Se os novos números da Indonésia forem confirmados, o toral de vítimas passará de 160 mil.

A União Européia foi o mais recente órgão internacional a aumentar sua ajuda às vítimas da catástrofe prometendo o equivalente a US$ 132 milhões para uso imediato.

O presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, disse que também vai pedir ao Parlamento Europeu para aprovar uma verba extra de US$ 460 milhões para ajuda nos próximos três anos à região.

Pobreza

O ministro da Fazenda da Grã-Bretanha, Gordon Brown, anunciou nesta quinta-feira um plano para um novo relacionamento entre os países mais ricos e os mais pobres para combater a pobreza no mundo.

Brown fez referência ao Plano Marshall, formulado pelos Estados Unidos, para reconstruir a Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

O ministro britânico pediu alívio da dívida dos países em desenvolvimento, uma nova rodada de negociações sobre comércio internacional que pode beneficiar os países mais pobres, e a criação de um novo fundo internacional para ajudar projetos de ajuda e desenvolvimento.

Brown disse que vai usar a Presidência do G8 (grupo dos países mais industrializados do mundo e a Rússia) e a Presidência da União Européia ainda este ano para persuadir a comunidade internacional.

O escritório de Brown confirmou que ele recebeu amplo apoio na proposta de congelar imediatamente as parcelas de pagamento da dívida externa dos países diretamente afetados pelos tsunamis no Oceano Índico.

A ONU elogiou a generosidade global em resposta ao desastre, mas há preocupação de que a ajuda prometida pode não chegar.

Os Estados Unidos afirmam que estão desfazendo o que chamara de grupo central de nações - inclusive Índia, Austrália e Japão - formado para lidar com a crise.

A repórter da BBC Laura Trevelyan disse que funcionários da ONU que temiam uma duplicação de esforços na área de desastre ficaram aliviados.




Fonte: BBC Brasil

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