Agricultor é assassinado e tem cabeça decepada no norte do estado

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – Incra quando colonizou a Região Norte, assentou na década de 1.978 cerca de 250 famílias de pequenos produtores rurais na Gleba Gama-localizada entre os municípios de Peixoto de Azevedo e Nova Guarita.

Naquela época a maioria dos assentados era remanescente do extrativismo mineral (garimpos) e não tinham aptidão para a agricultura ou pecuária. Ao longo dos anos abandonaram as propriedades rurais ou venderam para outros produtores rurais, ocasião que o assentamento agrário ficou estagnado por alguns anos. Somente o produtor rural Raimundo Vieira (64) resistiu aos ataques das doenças tropicais e as dificuldades da época.

No ano passado o Instituto de Colonização e Reforma Agrária – Incra, deflagrou o processo de retomada de 03 propriedades Gleba Gama, ocasião que despertou o interesse do MST que organizou dois acampamentos na localidade, levando para a localidade dezenas de famílias de trabalhadores rurais sem terra. Mas, enfrentou a resistência dos produtores rurais que bloquearam por 05 dias consecutivos a BR 163 na altura da ponte do Rio Peixoto, forçando o órgão rever a posição deflagrada.

Diante do impasse entre os produtores rurais e o Incra, várias famílias de trabalhadores rurais sem terra invadiram as fazendas focalizadas no processo de retomada, provocando a instabilidade na Gleba Gama. Cerca de 46 famílias invadiram a fazenda do produtor rural Sebastião Amaral (Chapéu Preto) e demarcaram seus lotes sem o conhecimento ou autorização do Incra. A invasão trouxe a intranqüilidade para os produtores mais antigos a exemplo do produtor rural Raimundo Vieira, erradicado na Gleba Gama há 18 anos.

Na tarde da última quinta feira (30.12) Raimundo Vieira (64) foi brutalmente assassinado, enquanto fazia o plantio de arroz nos fundos da sua propriedade. Familiares e amigos da vitima encontraram o cadáver do produtor rural na manhã do dia seguinte com uma perfuração de arma de fogo nas costas, cabeça decepada e a língua cortada. A Policia Civil de Peixoto de Azevedo trabalha com a hipótese de crime encomendado, pois a área onde Raimundo Vieira estava assentado despertava o interesse de alguns vizinhos.

Segundo as informações de uma agente policial o inquérito ainda não foi concluído e várias pessoas residentes na localidade já foram ouvidas e a qualquer momento o criminoso e o mandante poderão ser presos, pois as atenções estão voltadas para os vizinhos do produtor rural na Gleba Gama.

O produtor rural João Batista Lopes, amigo da vitima, disse que um dia antes do assassinato o produtor rural Raimundo Vieira disse que havia encontrado próximo a lavoura dois homens armados com uma espingarda. " No dia seguinte mataram o meu amigo" finalizou Lopes.