Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 06 de Janeiro de 2005 às 23:50

    Imprimir


A ONU pediu hoje, quinta-feira, mais recursos militares e civis pouco depois de os Estados Unidos cederem à entidade a coordenação da assistência internacional para as vítimas do maremoto no sudeste asiático.

As tarefas de coordenação da ajuda humanitária internacional até o momento estavam a cargo de uma coalizão liderada por Washington e que era conhecida como o "grupo de coordenação".

A dissolução do grupo - formado também por Japão, Austrália e Índia - e a cessão das funções à ONU foram anunciadas hoje pelo secretário de Estado americano, Colin Powell, na conferência sobre o tema que está sendo realizada em Jacarta.

O coordenador de Ajuda Humanitária da ONU, Jan Egeland, reconheceu em entrevista coletiva que o grupo foi "essencial" nos primeiros dias depois da tragédia, mas que "agora não é mais necessário".

"Como disse Powell, o grupo cumpriu o propósito para o qual foi criado", declarou.

No entanto, Egeland indicou que a ONU seguirá em contato com estes países por serem os que dispõem de recursos militares e civis, como helicópteros e aviões, necessários para se ter acesso às regiões mais remotas.

"Quando algumas forças militares vão embora, devem ser substituídas", destacou Egeland, que pediu às nações que dispõem de capacidade militar para prestarem ajuda o mais rápido possível.

Neste sentido, Egeland informou que o alto representante de Política Externa da União Européia (UE), Javier Solana, lhe prometeu ajuda européia para supervisionar a disponibilidade de recursos humanos, civis e militares para que as operações humanitárias não sejam paralisadas nos próximos meses.

Egeland afirmou que atualmente existem dois tipos de operações de socorro: uma mais tradicional, que tenta cobrir as necessidades básicas da população atingida em Sri Lanka, Maldivas, Tailândia e Índia; e outra com apoio militar, concentrada nas áreas de difícil acesso na ilha de Sumatra, na Indonésia.

O coordenador da ONU esclareceu que apesar de a entidade se encarregar da coordenação da ajuda exterior, as autoridades nacionais e locais administrarão a ajuda dada por seus próprios governos.

Diante da nova responsabilidade que a ONU deve enfrentar, Egeland admitiu que deve ser reforçada a presença de empregados do organismo na região, por isso nas próximas dias mais pessoal deve ser enviado às áreas afetadas, especialmente ao litoral de Sumatra, o mais afetada pelo maremoto.

Desde o primeiro dia, foram deslocados para as regiões afetadas equipes de especialistas da ONU para avaliar a magnitude da catástrofe, mas agora precisa-se de mais pessoal que se encarregue da parte logística e da distribuição de artigos de primeira necessidade.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, fez hoje um apelo para arrecadar 977 milhões de dólares para cobrir necessidades básicas - alimentos, água, saneamento e assistência médica - nos próximos seis meses de cerca de 5 milhões de pessoas afetadas pelo terremoto.

Para Egeland, o relatório de 80 páginas que detalha os planos concretos de ação e para onde serão destinados os 977 milhões de dólares solicitados pela ONU, será "um instrumento para a mobilização de recursos".




Fonte: Agência EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/360852/visualizar/