Chanceler brasileiro pede continuidade do foco no Haiti

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu a manutenção do foco da comunidade internacional na reconstrução do Haiti, mesmo com os esforços para superar a tragédia provocada pelo tsunami no sul da Ásia. O chanceler deverá reforçar esse alerta durante a reunião do Conselho de Segurança da Organização da ONU) no próximo dia 12, em Nova York, na qual representará o Brasil.

O temor brasileiro de que a ajuda ao Haiti esmoreça já existia antes do desastre ocorrido na Ásia no dia 26 de dezembro. Com a tragédia, entretanto, esse receio aumentou. Em meados do mês passado, Amorim ameaçou retirar as tropas brasileiras do país caribenho, caso a comunidade internacional não cumpra seu compromisso de ajuda na reconstrução do Haiti. O Brasil lidera a missão de paz e reconstrução da ONU no Haiti, mantendo 1.200 soldados naquele país.

"Temos de manter o foco no Haiti. Por isso, eu mesmo vou à reunião do Conselho de Segurança", insistiu Amorim. "Sempre defendemos que a única forma de recuperar o Haiti está em três pilares: a ajuda financeira, o diálogo político e a ajuda humanitária." Dados das Nações Unidas, de dezembro passado, mostraram que os principais países doadores ao Haiti destinaram apenas 42% do total necessário para a reconstrução do país.