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Gonzales condena uso da tortura, mas não satisfaz democratas
Alberto Gonzales, indicado ao cargo de secretário de Justiça dos EUA, condenou hoje, quinta-feira, o uso da tortura e prometeu cumprir com os tratados internacionais, mas não conseguiu satisfazer a oposição democrata.
"Estou e estarei comprometido com a intenção dos EUA de cumprir com suas obrigações legais", tanto internas como internacionais, disse Gonzales ao ser sabatinado pela Comissão de Justiça do Senado, que deve recomendar ao plenário sua confirmação para o cargo de secretário de Justiça.
Durante a audiência, marcada por um evidente partidarismo, Gonzales respondeu a perguntas sobre sua posição em relação à tortura de prisioneiros, à detenção indefinida de estrangeiros e à revisão da lei antiterrorista, entre outros pontos fundamentais.
Como principal assessor legal da Casa Branca, Gonzales, de 49 anos, recebeu muitas críticas dos democratas e de organizações de direitos humanos por causa de um memorando do dia 25 de janeiro de 2002. No texto, Gonzales afirmava que na luta antiterrorista algumas cláusulas da Convenção de Genebra eram "obsoletas".
"Não acho que a Convenção seja obsoleta", assegurou hoje Gonzales, que foi questionado sobre esse documento e outro no qual estabeleceu uma definição vaga - modificada em seguida pelo Departamento de Justiça - sobre o que caracteriza tortura de prisioneiros.
A sabatina refletiu a divisão quanto à confirmação de Gonzales: enquanto os republicanos elogiavam sua trajetória - repetiram sua origem humilde como filho de imigrantes mexicanos -, os democratas se centravam em exigir dele "franqueza".
O senador republicano John Cornyn disse lamentar "ser um desmancha-prazeres" para os adversários do presidente George W. Bush mas, segundo sua opinião, Gonzales teve razão porque "a Convenção de Genebra não se aplica à Al Qaeda".
Na oposição, os senadores democratas Joseph Biden, Patrick Leahy e Edward Kennedy (Massachusetts) criticaram os documentos escritos por Gonzales que justificavam a tortura.
"Não se trata de questionar sua inteligência, nem sua habilidade ou sua integridade, mas sim de seu julgamento legal e sua franqueza... e o senhor não está sendo franco", acusou Biden, depois de insistir que a sabatina não é "uma caça às bruxas".
Kennedy afirmou que o governo de Bush não explicou "o assunto das torturas, não só em Abu Ghraib", e que Gonzales "nunca" condenou os métodos de interrogatórios para tirar informação dos detidos.
O jornal "The Washington Post" informou nesta quarta-feira que Gonzales estava a par dos métodos utilizados, inclusive das simulações de enterros e de afogamentos.
Antes da sabatina, lotada de jornalistas, a Casa Branca disse hoje que não divulgará novos documentos sobre o papel de Gonzales na elaboração da política que abriu o caminho para os maus tratos dos prisioneiros capturados no Afeganistão e no Iraque.
Gonzales manteve o discurso do governo de condenação à tortura, após assegurar que se sentiu pessoalmente enojado pelos relatórios de abusos de prisioneiros no Iraque.
Na sala de audiências, a presença de parentes de Gonzales, inclusive sua esposa, sua mãe, seus três filhos e seu irmão, contrastou com a de dezenas de ativistas defensores dos direitos humanos que exigem respostas que "até agora não foram dadas".
A previsão é que a Comissão de Justiça vote entre hoje e amanhã a confirmação de Gonzales e, caso não haja surpresas, o plenário do Senado aprovará sua confirmação no cargo nas próximas semanas.
"Estou e estarei comprometido com a intenção dos EUA de cumprir com suas obrigações legais", tanto internas como internacionais, disse Gonzales ao ser sabatinado pela Comissão de Justiça do Senado, que deve recomendar ao plenário sua confirmação para o cargo de secretário de Justiça.
Durante a audiência, marcada por um evidente partidarismo, Gonzales respondeu a perguntas sobre sua posição em relação à tortura de prisioneiros, à detenção indefinida de estrangeiros e à revisão da lei antiterrorista, entre outros pontos fundamentais.
Como principal assessor legal da Casa Branca, Gonzales, de 49 anos, recebeu muitas críticas dos democratas e de organizações de direitos humanos por causa de um memorando do dia 25 de janeiro de 2002. No texto, Gonzales afirmava que na luta antiterrorista algumas cláusulas da Convenção de Genebra eram "obsoletas".
"Não acho que a Convenção seja obsoleta", assegurou hoje Gonzales, que foi questionado sobre esse documento e outro no qual estabeleceu uma definição vaga - modificada em seguida pelo Departamento de Justiça - sobre o que caracteriza tortura de prisioneiros.
A sabatina refletiu a divisão quanto à confirmação de Gonzales: enquanto os republicanos elogiavam sua trajetória - repetiram sua origem humilde como filho de imigrantes mexicanos -, os democratas se centravam em exigir dele "franqueza".
O senador republicano John Cornyn disse lamentar "ser um desmancha-prazeres" para os adversários do presidente George W. Bush mas, segundo sua opinião, Gonzales teve razão porque "a Convenção de Genebra não se aplica à Al Qaeda".
Na oposição, os senadores democratas Joseph Biden, Patrick Leahy e Edward Kennedy (Massachusetts) criticaram os documentos escritos por Gonzales que justificavam a tortura.
"Não se trata de questionar sua inteligência, nem sua habilidade ou sua integridade, mas sim de seu julgamento legal e sua franqueza... e o senhor não está sendo franco", acusou Biden, depois de insistir que a sabatina não é "uma caça às bruxas".
Kennedy afirmou que o governo de Bush não explicou "o assunto das torturas, não só em Abu Ghraib", e que Gonzales "nunca" condenou os métodos de interrogatórios para tirar informação dos detidos.
O jornal "The Washington Post" informou nesta quarta-feira que Gonzales estava a par dos métodos utilizados, inclusive das simulações de enterros e de afogamentos.
Antes da sabatina, lotada de jornalistas, a Casa Branca disse hoje que não divulgará novos documentos sobre o papel de Gonzales na elaboração da política que abriu o caminho para os maus tratos dos prisioneiros capturados no Afeganistão e no Iraque.
Gonzales manteve o discurso do governo de condenação à tortura, após assegurar que se sentiu pessoalmente enojado pelos relatórios de abusos de prisioneiros no Iraque.
Na sala de audiências, a presença de parentes de Gonzales, inclusive sua esposa, sua mãe, seus três filhos e seu irmão, contrastou com a de dezenas de ativistas defensores dos direitos humanos que exigem respostas que "até agora não foram dadas".
A previsão é que a Comissão de Justiça vote entre hoje e amanhã a confirmação de Gonzales e, caso não haja surpresas, o plenário do Senado aprovará sua confirmação no cargo nas próximas semanas.
Fonte:
AFP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/360886/visualizar/
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