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Agronegócios
Quinta - 06 de Janeiro de 2005 às 17:05
Por: Raquel Teixeira

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Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou que Mato Grosso permanece mais uma vez como zona de risco mínimo para febre aftosa, reforçando novamente a sanidade do maior rebanho bovino do País, com cerca de 25 milhões de cabeças. O estudo, desenvolvido no final de 2004 em todas as regiões brasileiras, analisou critérios diversos desde o programa para controle da doença, cobertura, sistema de atenção sanitária, ocorrência de casos, biossegurança, restrição de ingresso de animais de outros Estados, fiscalização e participação da comunidade.

Para o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), Décio Coutinho, o resultado da pesquisa referenda o trabalho que Mato Grosso vem desenvolvendo para o controle e a erradicação da doença. "É o envolvimento e o trabalho de toda a cadeia produtiva pecuária que está sendo avaliado e esse resultado somente reforça mais uma vez a credibilidade conquistada pelo Estado", destacou.

A pesquisa é realizada conforme solicitação dos organismos internacionais de controle, como a Organização Internacional de Epizootias (OIE), que certifica desde o ano 2000 Mato Grosso como "zona livre de aftosa com vacinação". Conforme dados do Mapa, 84% do rebanho brasileiro têm reconhecimento internacional como área livre da doença com vacinação e, graças a essa condição, o País está ampliando mercados para as exportações do setor. Cerca de 90% da produção de carne mato-grossense são exportadas para outros Estados e para a União Européia e Ásia.

Ao lado de Mato Grosso, outros quatro Estados - Goiás, Minas Gerais, Paraná e São Paulo - e o Distrito Federal também obtiveram a classificação de risco mínimo, Estados da região centro-sul que atingem boa parte do País e onde está localizada dois dos maiores rebanhos brasileiros. A situação favorável para Mato Grosso deve-se também ao controle exercido nas divisas com esses Estados e também na fronteira com a Bolívia, principalmente. O único Estado com risco desprezível para febre aftosa é Santa Catarina.

A cobertura vacinal, um dos critérios de maior preocupação por parte dos órgãos sanitários obteve avaliação bastante satisfatória, uma vez que Mato Grosso atingiu na campanha de 2003 mais de 98% do rebanho com a vacinação. O balanço da campanha de 2004 ainda não foi fechado, porém a expectativa do Indea é de que o índice seja superado, atingindo 100% do rebanho.

AÇÕES - Com um programa de prevenção, erradicação e controle da aftosa e cobertura territorial que atinge todas as regiões do Estado, Mato Grosso obteve na avaliação do Mapa índices superiores em todos os demais critérios. Para tanto, o Indea desenvolveu, durante o ano de 2004, fiscalização em 83 barreiras montadas na fronteira com o Estado, monitorando mais de 12 mil bovinos em trânsito e outras 583 barreiras de fiscalização intra-estadual, que fiscalizaram 73.644 animais. Na fiscalização fixa, mais de 9,1 milhões de bovinos foram monitorados. Em noventa propriedades de 10 Municípios foram coletadas amostras para teste de sorologia da doença, atingindo 4.005 animais.

O Indea realizou ainda mais de 44 mil fiscalizações em 585 revendas de produtos agropecuários, que comercializam e revendem vacinas contra aftosa. O instituto acompanhou também 685 eventos agropecuários, como feiras, exposições e leilões. Além dessas ações, o Indea realizou 1.910 palestras e reuniões de educação sanitária.

ORÇAMENTO - Para este ano, o Mapa aumentou em mais de 100% o orçamento de combate, controle e erradicação da doença no Brasil, fortalecendo ações em todo o território nacional, visando inclusive ao envolvimento de todos os países americanos. O acréscimo no orçamento se deve aos prejuízos causados na pecuária brasileira pelos focos de aftosa detectados na região Norte do País, o que fez com que importadores como a Rússia decretassem embargo à carne brasileira, afetando segmentos como o de exportação de frango.

Em 2004 foram aplicados R$ 30,5 milhões para os programas de combate à aftosa e neste ano estão previstos no orçamento da União R$ 65,3 milhões.

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) também obteve acréscimo nos recursos deste ano, e contará com cerca de R$ 161 milhões paras as ações de controle e sanidade de produtos agrícolas e pecuários no País. Nesta quinta-feira (06.01), o ministro Roberto Rodrigues deu posse ao novo secretário da SDA, Gabriel Alves Maciel, que substitui Maçao Tadano. Maciel foi presidente do Fórum Nacional de Secretários de Agricultura, além de secretário de Agricultura Familiar de Pernambuco.

Para o ministro, Maciel facilitará a parceria do Governo Federal com os Estados e Municípios no combate à doença. "A vinda do Gabriel Maciel é clara no que diz respeito à erradicação da febre aftosa. Minha mensagem tem sido sempre essa: ou a pecuária brasileira acaba com a aftosa ou a aftosa acaba com a pecuária brasileira".

O ministro Rodrigues destacou que o país só conseguirá acabar com a febre aftosa quando promover uma articulação entre todos os segmentos da sociedade, com o envolvimento dos setores público (governos federal, estaduais e municipais) e privado, além de órgãos de pesquisa, reafirmando que a erradicação da doença é fundamental para que o país mantenha seu lugar de destaque nas exportações de carnes, que renderam US$ 6,1 bilhões em 2004. "Nós precisamos acabar com a aftosa. É uma vergonha que o Brasil ainda não tenha erradicado essa doença quando bastam duas vacinas por ano nos rebanhos".




Fonte: Secom - MT

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