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Saúde
Quinta - 06 de Janeiro de 2005 às 06:55

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Muitas pessoas têm recorrido há tempos ao uso de antibiótico para rotineiros problemas de saúde como tosse, resfriado e dor de garganta. O comportamento se tornou tão rotineiro, muitas vezes os próprios médicos contribuem com a tendência, que tem levado não apenas à automedicação, mas ao surgimento de tipos preferidos, como se tais medicamentos fossem meros doces ou refrigerantes.

Segundo a Agência Fapesp, o médico Jim Wilde, da Faculdade de Medicina da Geórgia, nos Estados Unidos, disse que a situação é tão grave que "a guerra contra as bactérias está sendo perdida". O ponto mais preocupante é que a proliferação de microrganismos resistentes aos antibióticos tem ocorrido em velocidade e freqüência muito superiores ao ritmo de produção de novos medicamentos.

O cientista explica que, mesmo que os antibióticos sejam utilizados apenas quando realmente necessários, as bactérias encontrarão maneiras de resistir a eles. Mas a diferença é que, nesse cenário, o período de eficiência seria muito maior, sobrando mais tempo para o desenvolvimento de novas drogas.

Wilde acredita que, se nenhuma medida drástica for tomada, a maioria dos antibióticos ¿ necessários para tratar de estados graves como meningite ou pneumonia ¿ pode se tornar inútil em 50 anos. "Estamos realmente em perigo caso não controlemos o uso de antibióticos. Pode soar alarmista, mas não é", afirma.

O pesquisador lembra que em países em desenvolvimento, onde a falta de médicos e especialistas em saúde acaba levando a um uso ainda mais indiscriminado de antibióticos do que nas nações mais ricas, o perigo é ainda maior. "Em diversas regiões, está se tornando comum o pesadelo de infecções comuns que já não têm mais tratamento disponível", disse.




Fonte: Terra

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