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Crescimento se manterá mas em ritmo menor, prevê Loyola
São Paulo - Os investimentos estrangeiros no Brasil este ano devem ser maiores que em 2004, avalia Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria, em entrevista ao programa Conta Corrente, da "Globo News". "As perspectivas para 2005 são boas, considerando o prognóstico de crescimento da economia brasileira pelo segundo ano consecutivo, que deve ser expressivo, embora menor que em 2004."
Loyola acredita que o fluxo de investimentos estrangeiros no País pode ser reforçado, se houver sucesso no processo de concessões na área de infra-estrutura. Ele pondera, no entanto, que os números serão bons mas não expressivos como no auge das privatizações brasileiras, como as dos setores elétrico e de telefonia.
O crescimento do PIB para 2005, pelas cálculos de Loyola, deve ficar na faixa dos 3,5%. "É mais ou menos o que a economia brasileira tem de potencial para crescer", avalia. O Brasil, segundo ele, teve crescimento maior em 2004 porque vinha de dois anos de resultados "medíocres" nesse aspecto e, agora, o País entrou no que ele chama de período de "normalidade".
O desempenho da economia brasileira só pode ser afetado, na opinião dele, se o cenário externo não for favorável. Nesse aspecto, uma possível crise de petróleo oferece menos riscos do que o déficit externo americano. "Isso gera alguma crise de confiança em relação aos títulos do Tesouro americano, que levam à queda do preço desses papéis e ao aumento da taxa de juros de longo prazo, afetando os fluxos de capitais para países emergentes, como o Brasil."
Mas Loyola acredita que o Fed, o banco central americano, deverá conduzir sua política econômica de modo que os Estados Unidos encerrem 2005 com juros na faixa dos 4% ao ano, "o que não chega a machucar as economias emergentes". A situação inspiraria cuidados se a inflação americana viesse mais forte, exigindo um choque monetário e os juros fechassem o ano na faixa dos 4,5%, 5%. Aí sim, afirma Loyola, "seria preocupante".
Na avaliação de Loyola, a meta inflacionária do Banco Central para 2005, de 5,1%, é difícil, mas não impossível de ser cumprida. "Hoje, a inflação para 2005, levando-se em conta o IPCA, deve estar em torno de 5,5% e 6%. Mas creio que o BC deve perseguir a meta", aconselhou. Quanto à Selic, ele prevê uma alta de meio ponto porcentual ainda para janeiro, como o próprio BC sinalizou na ata do Copom divulgada em dezembro. Para Loyola, esse aumento é desnecessário, já que a inflação, bem como a economia no geral, mostram sinais de acomodação.
O ex-presidente do BC classificou como correta a política do BC de recuperação de reservas. A instituição, segundo ele, deve continuar aproveitando todas as oportunidades para que isso seja feito em 2005. Loyola também aponta que o câmbio flutuante tem mecanismos de auto-ajuste que sustentam a moeda brasileira em um nível que não prejudique os exportadores. "Não vejo riscos de sobrevalorização do real durante um tempo muito grande. Isso pode ocorrer transitoriamente, mas não a ponto de prejudicar o fluxo comercial do País."
Loyola acredita que o fluxo de investimentos estrangeiros no País pode ser reforçado, se houver sucesso no processo de concessões na área de infra-estrutura. Ele pondera, no entanto, que os números serão bons mas não expressivos como no auge das privatizações brasileiras, como as dos setores elétrico e de telefonia.
O crescimento do PIB para 2005, pelas cálculos de Loyola, deve ficar na faixa dos 3,5%. "É mais ou menos o que a economia brasileira tem de potencial para crescer", avalia. O Brasil, segundo ele, teve crescimento maior em 2004 porque vinha de dois anos de resultados "medíocres" nesse aspecto e, agora, o País entrou no que ele chama de período de "normalidade".
O desempenho da economia brasileira só pode ser afetado, na opinião dele, se o cenário externo não for favorável. Nesse aspecto, uma possível crise de petróleo oferece menos riscos do que o déficit externo americano. "Isso gera alguma crise de confiança em relação aos títulos do Tesouro americano, que levam à queda do preço desses papéis e ao aumento da taxa de juros de longo prazo, afetando os fluxos de capitais para países emergentes, como o Brasil."
Mas Loyola acredita que o Fed, o banco central americano, deverá conduzir sua política econômica de modo que os Estados Unidos encerrem 2005 com juros na faixa dos 4% ao ano, "o que não chega a machucar as economias emergentes". A situação inspiraria cuidados se a inflação americana viesse mais forte, exigindo um choque monetário e os juros fechassem o ano na faixa dos 4,5%, 5%. Aí sim, afirma Loyola, "seria preocupante".
Na avaliação de Loyola, a meta inflacionária do Banco Central para 2005, de 5,1%, é difícil, mas não impossível de ser cumprida. "Hoje, a inflação para 2005, levando-se em conta o IPCA, deve estar em torno de 5,5% e 6%. Mas creio que o BC deve perseguir a meta", aconselhou. Quanto à Selic, ele prevê uma alta de meio ponto porcentual ainda para janeiro, como o próprio BC sinalizou na ata do Copom divulgada em dezembro. Para Loyola, esse aumento é desnecessário, já que a inflação, bem como a economia no geral, mostram sinais de acomodação.
O ex-presidente do BC classificou como correta a política do BC de recuperação de reservas. A instituição, segundo ele, deve continuar aproveitando todas as oportunidades para que isso seja feito em 2005. Loyola também aponta que o câmbio flutuante tem mecanismos de auto-ajuste que sustentam a moeda brasileira em um nível que não prejudique os exportadores. "Não vejo riscos de sobrevalorização do real durante um tempo muito grande. Isso pode ocorrer transitoriamente, mas não a ponto de prejudicar o fluxo comercial do País."
Fonte:
Agência Estado
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/361150/visualizar/
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