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Internacional
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 18:25

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O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, acusou nesta quarta-feira certos setores do jornalismo de terem montado um "show midiático" a partir das críticas que recebeu por seu prolongado silêncio sobre o incêndio que deixou 186 mortos em uma boite. "Eu não iria brincar com os irmãos e irmãs que morreram massacrados" em uma discoteca de Buenos Aires na quinta-feira passada, disse o presidente, que durante um ato realizado na Casa de governo se mostrou irritado com o que foi dito sobre ele na cobertura jornalística do fato.

A atitude de Kirchner, que fez suas primeiras declarações sobre a tragédia na segunda-feira e voltou à capital argentina somente ontem, após passar cinco dias de descanso no sul do país, foi questionada por alguns familiares das vítimas do incêndio.

Os meios de comunicação locais e internacionais repetiram essas críticas e ressaltaram que o presidente só falou quase quatro dias depois do acidente.

"Eu não tenho medo deles. Que escrevam o que quiserem. Não faltei um só dia útil desde o início d ano. Não fui a Punta del Este e não deixei de trabalhar nem um segundo", disse em discurso.

O chefe do Estado disse que em vez de "sair com os prantos da hipocrisia", decidiu começar "a trabalhar como um servidor silencioso" e se queixou que "para alguns jornalistas estar na Argentina é estar na capital".

O incêndio na discoteca República de Cromagnon, onde na quinta-feira se reuniram milhares de jovens para assistir a um show de rock, causou mais de 700 feridos, sendo que 249 ainda permanecem hospitalizados, segundo o último boletim médico divulgado hoje.

"Estamos cansados dos que choram hoje e riem amanhã. Nós trabalhamos desde o primeiro segundo, mas não lucrando com a morte, e vamos continuar com as famílias das vítimas hoje e daqui a mil dias", afirmou Kirchner.




Fonte: EFE

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