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Economia
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 14:03

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Os primeiros hectares brasileiros de soja da safra 04/05 omeçaram a ser olhidos em Lucas do Rio Verde.

Os trabalhos no campo foram iniciados há cerca de duas semanas. O pico de colheita acontecerá em 20 dias. Estima-se que nesta safra poucos produtores se aventuraram a plantar a oleaginosa em um período de chuvas escassas. Dos 200 mil hectares cultivados no município, aproximadamente 500 devem ter sido cobertos com a variedade super-precoce.

A liderança na produção do grão é uma tradição na região, que inicia o plantio ainda em setembro, utilizando uma variedade de ciclo de 90 dias, chamada de super-precoce. Mas o mercado está quebrando a tradição.

Esta safra de ciclo curto também sofre com a elevação dos custos de produção e a acomodação dos preços internacionais da commoditie.

A soja super-precoce ganha em tempo de maturação e perde em produtividade, comparando com um ciclo normal e diferença é de até 10 sacas. Com uma equação, a princípio desfavorável ao produtor, o plantio da variedade era bem visto, pois ofertando soja de safra nova, ainda durante a entressafra brasileira, os sojicultores mato-grossenses conseguiam uma valorização na cotação de cerca de 20%. Mas agora, ninguém está pagando este diferencial na saca da nova safra nacional, as esmagadoras estão estocadas e vale o preço atual do mercado, em torno de R$ 26, cotação para a região.

Os primeiros grãos da safra 03/04 saíram das lavouras do produtor Leandro Mussi, também de Lucas do Rio Verde. Ele abandonou a “poleposition” nesta safra em função dos custos.

“Neste mesmo período do ano passado, pagava-se pela saca precoce cerca de R$ 40 e hoje, o preço é igual, ficando com muita luta, em R$ 26.

Na contramão, os custos de produção por hectare, de um ano para outro, aumentaram em pelo menos US$ 100”, exclama. Mussi adotou como estratégia, segurar um pouco mais o plantio, para no final ganhar em produtividade, “é isso que vai fazer a diferença neste ano safra”, justifica.

"Com a soja mais barata é preciso fazer mais volume e isso “só se resolve com a produtividade”.

A colheita de seus 15 mil/ha de soja terá início no dia 10, “período em que a maior parte dos produtores estará colhendo, pouco gente plantou cedo nesta safra”.

O produtor manteve as áreas de soja e algodão inalteradas, 15 mil/ha e 1,4 mil/ha, respectivamente, em função de compromissos assumidos anteriormente, mas em compensação, ampliou a orizicultura de 200 ha para cinco mil, apostando em uma melhor performance do mercado para o arroz.




Fonte: Arinosnet

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