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Economia
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 13:23
Por: Joana Dantas

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Depois de terem os avisos prévios suspensos, os 11 mil funcionários do Frigorífico Margen, entre os quais 900 de Mato Grosso, voltaram ao trabalho ontem e comemoraram a decisão da Justiça.

A recontratação foi anunciada depois que os proprietários e alguns diretores do grupo tiveram sua prisão revogada. Os empresários foram detidos sob a acusação de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.

Segundo o gerente de transporte da unidade de Cuiabá, José Reinaldo da Silva, os 300 funcionários agora trabalham mais aliviados. Todos cumpriam aviso desde que os patrões presos anunciaram a demissão em massa. Silva avisa que a partir de hoje o abate de 400 cabeças por dia volta ao normal. "Estamos trabalhando mais tranqüilos porque temos a garantia do trabalho", observou Silva.

O grupo de 10 pessoas do Margen preso, Mauro Suaiden, Ney Agilson Padilha, Geraldo Antonio Prearo, Milton Prearo, Maurício Suaiden Júnior, José Adilson Melan, Jelicoe Pedro Ferreira, Cláudio Meira Campos Arruda, Luiz Carlos Furlan e Fábio Luiz Dutra Silva, foi liberado um dia após a manifestação dos trabalhadores na semana passada.

"Não sei se eles foram liberados pela nossa pressão, mas também não tinham motivos para continuarem presos, pois a Justiça já empenhou todos seus bens. Agora é deixar eles trabalharem", defendeu José Reinaldo.

O Ministério do Trabalho autorizou a anulação dos avisos e se comprometeu em intermediar as negociações entre o Frigorífico Margen e órgãos do governo, como Receita Federal e INSS, para que a empresa retorne às suas atividades.

Os trabalhos do frigorífico estavam paralisados há um mês e existia ameaça de demissão de todos os funcionários.

Os sócios e diretores do frigorífico foram presos no dia 1º de dezembro em uma operação realizada pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. A empresa deve R$ 150 milhões ao INSS e à Receita Federal. O frigorífico é o segundo maior do país, emprega 11 mil pessoas em oito Estados e tem um faturamento anual de R$ 2,5 bilhões.

Segundo o advogado da empresa, Aibes Alberto da Silva, o Margen se comprometeu a manter 10,5 mil postos de trabalho. Os outros 500 funcionários serão dispensados pelo fim do contrato de arrendamento de quatro unidades - em cidades de Goiás, Tocantins e Acre - que não pertencem ao grupo econômico do Frigorífico Margen. O advogado Aibes Alberto da explica que o grupo já conseguiu desbloquear as contas na Justiça e, por isso, terá condições de retomar suas atividades.

Ele afirma que a prisão dos sócios e diretores do Margen e o bloqueio das contas impediram a empresa de efetuar pagamentos aos agropecuaristas, os quais interromperam o fornecimento do gado para abate. Sem a matéria-prima, os trabalhos foram suspensos.




Fonte: Folha do Estado

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