IGP-DI de dezembro fica em 0,52%

Rio de Janeiro - O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), referente a dezembro, ficou em 0,52%, segundo divulgou a FGV. A taxa apurada é 0,3 ponto porcentual inferior ao IGP-DI novembro (0,82%). O resultado veio abaixo do piso das estimativas dos analistas de mercado, que era de 0,70%, e da média projetada, de 0,76%.

Em 2004, a variação acumulada pelo IGP-DI foi de 12,14% ante 7,67% no ano anterior. O Índice de Preços por Atacado (IPA) registrou elevação de 0,48% ante 1% em novembro. O Índice de Preços ao Consumidor subiu de 0,37% em novembro para 0,63% em dezembro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve desaceleração, passando de 0,71% em novembro para 0,51% em dezembro.

Bens Finais

Entre os preços por atacado, a taxa de variação dos Bens Finais passou de 1,16%, em novembro, para 0,70%, em dezembro. A maior pressão foi dos preços dos alimentos in natura, que permaneceram praticamente estáveis em novembro, assinalando variação negativa de -0,20%. Os alimentos in natura subiram 2,68% em dezembro. Os ovos foram os destaques da alta, com um avanço em sua taxa de 2,50% para 6,93%. Segundo a FGV, verificou-se desaceleração na maior parte dos produtos que se encontram no estágio final da produção.

A taxa do item combustíveis retrocedeu de 7,53%, em novembro, para 2,05%, em dezembro. O recuo, segundo a fundação, se deve à desaceleração do preço do álcool hidratado, de 15,51% para 1,28%. O movimento dos preços dos combustíveis provocou um impacto de redução sobre o IPA quase duas vezes maior do que a aceleração proveniente dos alimentos in natura. Por conta do impacto diferenciado, o índice de Bens Finais obtido pela exclusão de alimentos in natura e combustíveis, registrou variação de apenas 0,19%. Coube à Fundação ressaltar ainda a desaceleração dos bens de investimento, cuja taxa de variação baixou de 1,98%, em novembro, para 0,68%, em dezembro.

Bens intermediários

Segundo a FGV, houve uma desaceleração nos itens que compõem os bens intermediários, de 1,26% em novembro para 0,40% em dezembro. A Fundação explicou que a desaceleração do índice resultou de recuos nas taxas de variação de quatro dos cinco subgrupos componentes desta classe. A maior influência foi exercida pelos combustíveis para a produção, cuja taxa reduziu-se de 2,60% para 0,92%. Neste subgrupo, sobressai o impacto dos óleos combustíveis, que, de uma alta de 7,47%, em novembro, passaram a apresentar queda de 7,85%, em dezembro.

Uma segunda influência de peso, verificada pela instituição foi a dos materiais e componentes para a manufatura, com diminuição da taxa de variação de 1,04% para 0,52%. O benzeno teve destaque neste grupo, com taxas negativas de -0,17%, em novembro, e -9,04%, em dezembro; além do eteno, com 7,05% e 3,91%, respectivamente. Os suprimentos tiveram queda de preço em dezembro, com destaque para as rações, cuja taxa passou de -0,52% para -3,49%. Apenas o subgrupo embalagens registrou elevação em sua taxa de variação, que subiu de 0,19% para 0,62%. O índice de Bens Intermediários, calculado após a exclusão dos combustíveis para a produção, registrou taxa de 0,29%, 0,68 ponto porcentual abaixo da variação de outubro, de 0,97%.

Matérias primas

As matérias-primas, que compõem o IGP-DI, apresentaram variação de 0,35%, em dezembro, praticamente a mesma de novembro, de 0,34%. O subgrupo das comercializáveis inverteu o sentido do movimento, passando de -0,48% para 1,23%. O trigo, que representa aproximadamente 20% deste grupo, passou de queda de 3,47%, em novembro, para alta de 1,79%, em dezembro. Compensando em parte a influência das comercializáveis, as matérias-primas alimentares passaram de uma taxa de variação de 0,42%, em novembro, para 0,30%, em dezembro. Para isto, foi decisivo o comportamento das cotações dos bovinos, que tiveram sua alta desacelerada de 3,48% para 1,23%, com o final da entressafra. Este movimento, isoladamente, foi responsável por um decréscimo de 0,11 ponto porcentual na taxa de variação do IPA.