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Internacional
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 08:51
Por: Denise Bacoccina de Washington

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O Congresso norte-americano que tomou posse nesta terça tem uma maioria republicana mais consolidada, mas isso não significa que o governo vai conseguir a aprovação fácil dos seus projetos.

"Os republicanos nem sempre votam de forma conjunta. Alguns assuntos dividem também a base do governo", diz o cientista político Donald Wolfensberger, diretor do Projeto Congresso no Centro Woodrow Wilson, em Washington. "Nem sempre o presidente consegue o que quer."

Os republicanos têm agora 55 das 100 cadeiras do Senado e 231 dos 435 votos da Câmara dos Representantes. Antes mesmo da posse, na segunda à noite, os republicanos decidiram abandonar um polêmico projeto de relaxamento dos códigos de conduta ética entre os congressistas, com receio de que parte dos republicanos votasse contra o projeto.

A principal diferença deste Congresso em relação ao anterior, na avaliação de Wolfensberger, é que este vai prestar muito mais atenção ao orçamento público, que registra um enorme déficit negligenciado nos últimos anos.

Guerra

Entre os temas econômicos estão a limitação dos gastos do governo, ao mesmo tempo que devem ser aprovados recursos suplementares para as tropas americanas no Afeganistão e no Iraque.

Isso num momento em que pesquisas de opinião mostram que a maior parte dos americanos acha que a guerra não está valendo a pena. Um dos assuntos que dividem os republicanos é a proposta do governo de reformar as leis de imigração para facilitar a entrada de trabalhadores estrangeiros.

Nem todos no partido do governo concordam, também, com a proposta de reforma no sistema de seguridade social. Como os democratas estão unidos contra qualquer mudança, o governo tem uma batalha difícil pela frente.

Outro projeto polêmico é uma mudança que permitiria ao governo nomear juízes para a Suprema Corte, considerado pelos críticos um atentado à democracia e uma tentativa de controlar o Judiciário.

Tsunami

Um dos mais assuntos mais urgentes a serem discutidos pelo novo Congresso é a aprovação da ajuda dos países atingidos pelo maremoto na Ásia. O governo prometeu US$ 350 milhões entre ajuda imediata e a longo prazo, mas a maior parte desses recursos ainda não está prevista em orçamento e precisa ser aprovada pelos deputados e senadores.

Segundo Wolfensberger, há poucos congressistas que consideram a ajuda excessiva, mas estes devem ser minoria e há também os que defendem uma participação ainda maior. A sessão de abertura do Senado começou com um minuto de silêncio pelas vítimas do tsunami. O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Dennis Hastert, disse que os dois partidos iriam trabalhar juntos para aprovar os recursos necessários.




Fonte: BBC Brasil

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