Prefeito cobra da classe política empenho no caso de Suiá Missú
O vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios e prefeito de São Félix do Araguaia, Filemon Gomes Limoeiro, em entrevista coletiva nesta terça-feira (13), disse que a situação envolvendo brancos e índios na reserva Maraiwatsede está cada vez mais crítica. A área de 680 mil hectares é disputada por 150 índios e mais de 7 mil não índios, instalados na gleba Suiá Missú, onde já tem uma infraestrutura, criada pelos moradores.
O prefeito contesta as decisões judiciais em relação à desocupação da área e frisou que não tem como recorrer juridicamente da situação, apenas politicamente. Segundo ele, a bancada federal não tem apoiado a situação e por isso pede ajuda do governo do estado. “Em Mato Grosso, estamos recebendo o apoio do governador Silval Barbosa e dos deputados José Riva e Baiano Filho, em Brasília, apenas do senador Cidinho Santos”, assegurou.
Filemon informou que na última sexta-feira (09) a população recebeu notificação para deixar a região em 30 dias. Aproximadamente 550 crianças serão tiradas da escola. Ele disse ainda que a força nacional está na região com metralhadores e fuzis, espalhando medo e terror junto à população. O prefeito ressaltou que teme o derramamento de sangue devido à resistência das famílias em deixar o local. “Ninguém ofereceu apoio às famílias, nem lugar para transferir essas pessoas. Nem mesmo o Incra se posicionou sobre áreas de assentamento. Há um conflito iminente na área. Somente a presidente Dilma pode reverter esta situação tão séria e urgente”, alertou Filemon.
Entenda o caso
Em 1980, a fazenda Suiá-Missu foi vendida para a empresa petrolífera italiana Agip. Durante a Conferência de Meio Ambiente realizada, em 1992, no Rio de Janeiro (Eco 92), a Agip foi pressionada a devolver aos Xavantes a terra que lhes pertencia. A partir deste ano, a Funai inicia os estudos de delimitação e demarcação da TI Marãiwatsédé. Em 1998, e terra foi homologada por decreto presidencial em 1998, como de posse permanente e usufruto exclusivo do povo Xavante.
A TI Marãiwatsédé possui 165.241 hectares e está localizada nos municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia.
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