Quatro fogem ao meio-dia da cadeia de VG

Quatro presos da Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande, fugiram por volta de 12h15 de ontem, após pular um alambrado e tirar do trilho um portão de cerca de quatro metros. A guarita de onde podiam ser vistos na saída não tinha nenhum policial no momento da fuga. Funcionários informaram que mais presos poderiam ter fugido não fosse o alarme dado por um agente prisional.

Dos quatro fugitivos, dois respondem por latrocínio (roubo seguido de morte): Ricardo Ramos da Silva, 24 anos e Vilson Herculano da Silva, 21. Os demais – Odinei Almeida, 20, e Gilberto de Jesus Ribeiro, 21 – estavam presos por roubo. Odinei, Vilson e Ricardo chegaram à cadeia em fevereiro e Gilberto em dezembro de 2003.

Segundo informações de policiais que não quiseram se identificar, eles serraram as grades da cela da ala G, no raio 2 e, após pular um alambrado, esperaram o único guarda que fica no telhado dando voltas desaparecer para chegar ao portão e sair.

Após o alarme, policiais tentaram recapturá-los utilizando o único carro disponível no local, mas não tiveram êxito. O helicóptero Águia Uno, uma equipe da Ronda Ostensiva Tático Metropolitana (Rotam) e outras do 4º Batalhão fizeram rondas pela região, sem sucesso.

“A situação aqui não está feia, está horrível. Estamos em cinco policiais para cuidar de mais de 200 presos. Na verdade ficamos em quatro porque de dia um policial sai para escoltar preso no fórum”, reclamou um policial que pediu para não ser identificado.

“A cadeia está virando um barril de pólvora e os responsáveis não tomam providências”, lamentou o policial, citando que pode haver até resgate de presos no local devido à defasagem de policiais e apenas quatro agentes prisionais.

A cadeia tem quatro guaritas, mas apenas uma é utilizada pelo policial que fica no telhado. O local foi inaugurado em dezembro de 2002 com capacidade para 196 detentos. Atualmente abriga 208 presos.

Outro lado

O secretário-adjunto do Sistema Prisional, Sebastião Ribeiro Filho, disse na tarde de ontem que a situação na cadeia do Capão Grande é uma realidade que o governo estadual está enfrentando. Ele destacou a publicação no Diário Oficial do dia 20 de abril da nomeação de 137 agentes prisionais que começam a ser capacitados no dia 29.

“É uma questão estrutural que não se corrige em um mês, dois meses. Essa história de barril de pólvora não existe. Estamos nomeando agentes. E não basta só nomear, mas capacitar”, destacou, explicando que os agentes serão distribuídos entre a capital e Várzea Grande.