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Terça - 04 de Janeiro de 2005 às 10:42
Por: Paulo Coelho

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O Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento estará protocolando hoje no Ministério Público Federal pedido de indisponibilidade de bens dos diretores da Cooperativa de Crédito Rural do Pantanal (Sicoob), fechada há um mês e 3 três dias sem que explicações fossem dadas as centenas de clientes da instituição. A informação foi dada pelo presidente do Sindicato, Benedito Francisco de Almeida, que apontou a estimativa de um rombo aproximado em R$ 1,5 milhão, só na agência de Livramento.

A cooperativa também tinha sede em Poconé, Barão de Melgaço, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande.

Pelo processo burocrático, conforme o sindicalista, só depois de conseguir a indisponibilidade desses bens, é que se poderá agir no sentido de tentar reaver o dinheiro perdido.

Uma outra forma, conforme Almeida, seria “contar com a boa vontade dos devedores” da cooperativa.

“Segundo um dos diretores do Sicoob, a cooperativa tem uma média de quatro milhões de reais para receber de devedores”, apontou Almeida.

O requerimento a ser entregue ao MPF, hoje, também pede a cobrança judicial dessas dívidas.

O Sicoob funcionava como uma agência igual a outra qualquer, só que ao invés de ser considerada uma instituição financeira, pelo Banco Central, recebia o tratamento de cooperativa, perdendo com isso, em tese, a responsabilização pelo ressarcimento a clientes.

“Também vamos pedir à Justiça que faça com que o Banco Central autorize o pagamento de todos os poupadores do Sicoob, que eram muitos. Tinha gente que vendia o pouco que tinha só para economizar, depositando na poupança dessa cooperativa”, disse o presidente do sindicato.

De toda a carteira de clientes da agência do Sicoob em Livramento, “cerca de 20 ou 30%” era de produtores rurais.

O próprio Sindicato Rural, que era correntista na cooperativa, foi lesado, conforme Almeida, em R$ 3,7 mil. Ainda de acordo com o sindicalista,

um primeiro requerimento, de autoria do Sindicato, foi protocolado no MPF em 10 de dezembro passado (Protocolo MPF 2004.00.4309). O Objetivo na ocasião, já era pedir mais agilidade da Justiça quanto ao fechamento do Sicoob, que deixou milhares de pessoas, como as de Livramento, desguarnecidas de atendimento bancário (era a única agência bancária do município) e sem o dinheiro que ali elas movimentavam.



Os diretores

Em caso de êxito do requerimento, pelo menos 10 diretores da cooperativa podem ter os bens indisponíveis.

Entre essas pessoas estão o presidente Cláudio Severino Leal; o diretor Aigo Cunha de Moraes e ainda Amauri Campos, que disse à reportagem da Folha, não fazer parte da diretoria da cooperativa de 1998.

Ele era vice-presidente da instituição e foi acusado pelo ex-contador da Sicoob Pantanal, Ney Arruda, como sendo o principal beneficiado pelo rombo da entidade.

Campos alegou inocência.





Fonte: Folha do Estado

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